José Vieira
Mato Grosso do Norte
Alta Floresta é uma extensa fronteira agrícola em expansão, avançando na iminente perspectiva para se consolidar como o maior polo produtor de grãos de Mato Grosso. O município começou na lavoura da soja na safra de 2013/2014, com uma área plantada de 5.550 hectares distribuídas em 11 propriedades.
O crescimento em menos de uma década foi exponencial, saltando para 37. 742 mil hectares em 2021 e 61 produtores passaram a cultivar soja em suas propriedades.
Os dados são oficiais dos cadastrados no Indea [Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso].
“Com base na área cultivada cadastrada no Indea, Alta Floresta tem produção de 2 milhões, 264 mil, 520 sacas somente se soja produzidas no município”, assegura o secretário de Agricultura de Alta Floresta, Marcelo Fernando Souza.
Com a lavoura de milho os números são semelhantes. Na safra 2013/2014, a área cultivada foi de 2 mil e 200 hectares em 6 propriedades. E 2021, o número saltou 25 mil hectares em 61 propriedades.
Alta Floresta está recebendo 16 armazéns, sendo que alguns já entraram em funcionamento e outros estão na fase de construções
Porém, há uma explicação para os números menores na área do milho. Conforme o secretário Municipal de Agricultura, o produtor não consegue plantar a mesma área total da soja, com o milho, devido a janela do vazio sanitário, principalmente quem planta mais tarde.
No entanto, a média da produção de milho é de 80 sacas por hectares, maior do que a da soja. Segundo ele, tem agricultores que colhem de 100 a 130 sacas por hectares e outros que colhem menos, principalmente os que plantam já no final do período de chuvas.
Os produtores que conseguem plantar cedo estão colhendo acima da média; até 130 sacas por hectares.
Armazéns – A grande produção de grãos aliada as perspectivas de crescimento de Alta Floresta, chamou a atenção de grandes investidores para o município, não somente no setor der agronegócio, mas também em outros segmentos.
No setor de armazenamento de grãos, entre grandes e médios empreendimentos, Alta Floresta está recebendo 16 armazéns, sendo que alguns já entraram em funcionamento e outros estão na fase de construções.
Entre produtores individuais e os investimentos de grandes grupos que estão investindo no município, há 9 armazéns já funcionando, prontos para receber a produção de soja e milho. E os demais estão em fase final de acabamento ou iniciando suas construções. Alguns já devem receber produção na próxima safra.
Entre os grupos que estão investindo em armazéns em Alta Floresta, está o Bertuol, de Sinop, que está construindo uma unidade no município.
Mesmo com todos estes investimentos, ainda há muito espaço para investimentos no setor da armazenagem de grãos em Alta Floresta. Isto porque a área plantada do município tem registrado crescimento de 20 a 30% por ano. E, concomitante, de produtividade, o que eleva a uma produção ainda maior.
“São dois fatores importantes. Além do crescimento da área plantada, também cresce a média de produtividade. Portanto, mesmo com esta quantidade de armazéns ainda existe uma grande demanda por unidade para recebimento. Existe um déficit de espaço”, observa Marcelo.
Além disso, como Alta Floresta é um polo, grandes produtores de outros municípios, principalmente Paranaíta e Nova Monte Verde, também entregam a produção de grãos em unidades de armazenamento de Alta Floresta. Portanto, há espaço no mercado para investimentos.