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Opinião Segunda-feira, 07 de Julho de 2025, 14:01 - A | A

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Sentir demais: O dom de viver com a alma desperta

É um modo de existir com intensidade, com verdade, com entrega total ao que a vida oferece



Por Soraya Medeiros

Sentir demais não é exagero, não é fraqueza. É a humanidade em sua forma mais pura. É um modo de existir com intensidade, com verdade, com entrega total ao que a vida oferece. Sentir demais é enxergar o mundo com a alma exposta, é permitir que a vida nos atravesse — com todas as suas alegrias radiantes, tristezas profundas, dúvidas inquietantes e encantamentos que tiram o fôlego. É uma conexão intrínseca com o pulso do universo.

É perceber a beleza em um gesto simples, quase imperceptível para muitos. É deixar que a música toque fundo, vibrando em cada célula do corpo. É se emocionar com o que muitos já se acostumaram a ignorar, como o nascer do sol ou uma criança rindo.

É perceber a beleza em um gesto simples, quase imperceptível para muitos

É se importar com as pessoas, com as causas que tocam a alma, com os pequenos detalhes que, no fim das contas, fazem tudo ter sentido e compõem a rica tapeçaria da existência. Essa capacidade de se importar é o que nos impulsiona a agir, a amar, a transformar.

Eu sinto demais porque quero viver demais, viver cada momento em sua plenitude. Porque acredito que cada emoção, seja ela de luz ou sombra, é uma página viva e essencial no livro da nossa existência.

E mesmo quando a dor aperta, quando a decepção pesa como uma âncora, quando o mundo parece duro e insensível demais… eu prefiro continuar sentindo. É essa intensidade que me humaniza, que me mantém de pé mesmo diante das adversidades, que me torna autêntica e verdadeira comigo mesma e com o mundo. A dor e a alegria são faces da mesma moeda que enriquece nossa jornada.

Há quem prefira a neutralidade, o controle absoluto dos sentimentos, a blindagem do coração para evitar qualquer arranhão. Eu não. Eu escolhi viver inteira, de peito aberto. E viver inteira é, inevitavelmente, sentir profunda e abertamente. É se permitir ser vulnerável e, ao mesmo tempo, incrivelmente forte.

No final das contas, ter um coração que sente demais não é um defeito — é um presente raro, um superpoder em um mundo que muitas vezes tenta nos anestesiar. É um sinal claro de que estou viva, desperta para as nuances da vida, presente em cada instante. E se isso incomoda alguns, se a minha intensidade é um espelho para a falta de entrega alheia, tudo bem. Porque eu sei que esse coração grande é o que me conecta ao que há de mais bonito em ser quem eu sou, é a bússola que me guia e a fonte da minha mais profunda alegria. É a minha essência, e dela não abro mão.

*Soraya Medeiros é jornalista com MBA em Marketing, formação em Gastronomia e certificação como sommelier. Une comunicação, estratégia e enogastronomia.

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