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Dionéia Martins
Mato Grosso do Norte
O deputado estadual Dilmar Dal Bosco usou a tribuna da Assembleia Legislativa para fazer duras críticas ao decreto do Governo Federal que prorrogou a concessão da Energisa em Mato Grosso. Segundo o parlamentar, a decisão beneficia uma empresa que já acumula “lucros exorbitantes” em todo o país, enquanto o estado segue enfrentando sérios problemas de fornecimento de energia elétrica.
“É uma vergonha para o Brasil e para Mato Grosso. Estamos falando de uma empresa que lucra bilhões e não consegue oferecer um serviço de qualidade. Basta andar por qualquer município do nosso estado para ver as redes sucateadas, sem trifaseamento, com subestações que nunca saem do papel”, disparou.
Dal Bosco destacou que, apesar do crescimento econômico acelerado de Mato Grosso, estimado em 10% ao ano, a infraestrutura elétrica não acompanha a demanda. Ele citou o caso de duas indústrias instaladas em Diamantino que precisaram investir mais de R$ 20 milhões em rede própria para garantir o fornecimento. “Enquanto isso, o Governo Federal ainda transfere para o consumidor o custo das ampliações da rede. Cada obra de melhoria vai parar na conta de energia da população”, criticou.
O deputado também questionou a atuação da CPI da Energisa realizada anteriormente pela Assembleia, afirmando que faltou preparo técnico dos membros para aprofundar o debate. Para ele, uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito deve ser aberta para investigar não apenas a qualidade do serviço prestado, mas também o modelo de negócio da concessionária.
“É inadmissível que uma empresa concessionária possa gerar energia e, ao mesmo tempo, vendê-la diretamente ao consumidor. Precisamos acionar o Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas. Não podemos aceitar esse desrespeito com Mato Grosso”, completou.
Dal Bosco encerrou seu discurso defendendo a mobilização de parlamentares e sociedade civil para pressionar o Governo Federal e garantir melhores condições no fornecimento de energia elétrica. “Se for preciso, vamos instalar uma nova CPI para mostrar o prejuízo que esse modelo vem causando ao desenvolvimento do nosso estado”, concluiu.
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