José Vieira
Mato Grosso do Norte
A realização de eleição o mais breve possível é a alternativa que os Associados da CDL (Câmara de Diretores Lojistas) de Alta Floresta, continuam defendendo, por acreditarem que uma nova diretoria seria a forma da entidade resgatar sua missão de defender e representar a categoria.
Estão convictos neste propósito e com disposição de até mesmo cobrar, através da justiça, caso os interventores não tomem a decisão de convocar eleição.
A CDL de Alta Floresta, desde 1º de dezembro, está sob intervenção da FCDL (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas) devido a um impasse entre 90% dos associados e -diretores da entidade. Em uma assembleia no final de 2023, os então diretores apresentaram uma proposta de prorrogação de mandatos até dezembro de 2025, rejeitada pela grande maioria dos presentes.
“A diretoria que tinha seu mandato para ser encerrado no dia 31 de dezembro de 2023, teria a obrigação estatutária de fazer eleição em novembro. Mas fizeram duas assembleias com a convocação dos associados, e mais de 90% dos presentes foi contra a continuidade daquela diretoria. Como a eleição não foi realizada, houve a intervenção da FCDL e o presidente se comprometeu em uma visita aqui, que iria fazer a intervenção documentada em cartório. Mas até agora este documento não foi nos apresentado oficialmente, apenas por notas”, enfatiza o empresário Francisco Militão, um dos que, veementemente, cobra a realização de eleições.
Conforme ele, é estranho o fato de o presidente do FCDL não ter informado oficialmente aos associados, os nomes dos interventores. “O que nos deixa indignados é que na nomeação dos interventores, foram incluídos três diretores da antiga diretoria. Nossa surpresa e descrença é com o fato de que, como diretores, essas pessoas não fizeram o que deveriam ter feito. E será que vão fazer agora como interventores?”, questiona Militão.
É uma opção individual, mas com quem temos conversado, nos falam que não há como participar de uma entidade que não nos representa, não nos respeita em nossos direitos e que não nos dá espaço
Outro aspecto inusitado abordado pelo empresário, é que, quando se fala em intervenção, subtende-se que pessoas de fora, assumiriam a CDL para fazer aquilo que deveria ter sido feito. “Estranhamos essa intervenção composta por ex-diretores. Poderia ser pessoas de Alta Floresta, mas não os antigos diretores”, rechaça.
A FCDL, de acordo com Militão, deveria ter feito a intervenção, com critérios transparentes, e começar a organizar a eleição. “O que falta na CDL é eleição. Então, deveria ser promovido eleição aberta e livre para quem quiser concorrer, desde que preencha os pré-requisitos do estatuto. O que queremos é oportunidade com base na democracia”, sugere.
Os associados descontentes com a forma como se encontra a CDL em Alta Floresta, segundo Militão, estão frustrados, indignados e até revoltados. “O que definimos é que enquanto não tiver eleição não iremos participar de nenhum trabalho ou promoção feito pela CDL local.
E isto inclui as campanhas realizada pela entidade, como promoção do dia das mães, Ano Novo, Vida Nova e destaques do ano. “É uma opção individual, mas com quem temos conversado, nos falam que não há como participar de uma entidade que não nos representa, não nos respeita em nossos direitos e que não nos dá espaço. Tenho certeza que se não houver eleição e renovação, muitos comerciantes não irão participar mesmo!”, assegura.
Diante do cenário atual, Militão observa que não sobrou alternativa para os associados, a não ser acionar a justiça para a realização de eleição. “Já solicitamos várias vezes alguns documentos da CDL local e não obtivemos resposta, não nos respondem. Desta forma, não sobra outra opção a não ser a justiça”, enfatiza.
“Não sabemos oficialmente quem são os interventores. Então vamos acionar via justiça, para que estes documentos nos sejam apresentados. Queremos saber quem são os interventores e quando será a eleição. São coisas que poderiam ser resolvidas em uma reunião. Mas a questão é que a CDL hoje não está nas mãos dos comerciantes de Alta Floresta, dos associados. A impressão é que a CDL só quer do associado o pagamento da mensalidade, mas não quer ouvir suas reivindicações. Uma escrituração digital na CDL fica mais caro do que se for feita em outro local. A impressão é que a CDL tem dono, quando deveria ser bem visto pela sociedade, principalmente pelos associados”, assevera.
Apesar de não se saber o valor que o CDL arrecada e no que se gasta o dinheiro, Militão assegura que em nenhum momento foi questionado a idoneidade dos dirigentes.
“Não houve nenhuma prestação de contas de forma pública, não temos noção do que se arrecada, nem no que se gasta. Mas não estamos colocando em dúvida nada referente ao financeiro”, disse.