Jornal Mato Grosso do Norte
José Vieira do Nascimento Editor MT Norte
O prefeito de Peixoto de Azevedo, Dr. Sinvaldo Brito (PSD) afirmou em entrevista à Mato Grosso do Norte, na noite de segunda-feira, 31, que não consegue entender onde o município de Peixoto de Azevedo foi privilegiado com a regionalização do hospital. Segundo ele, os prefeitos de Terra Nova do Norte, Milton Toniazzo, e Valter Miotto, de Matupá, estão equivocados ao fazerem tal afirmação e estão levando a questão para o lado pessoal, não querendo entender a forma como o processo está sendo conduzido.
De acordo com o prefeito, cada município que compõem o consórcio de Saúde, Vale do Peixoto, pagam R$ 1.050 com base no número de habitantes.
O recurso, conforme ele, é para manter uma casa de apoio em Cuiabá com 100 vagas, uma Van para o deslocamento dos pacientes, alimentação e funcionários. Além disso, são pagos um médico ortopedista, um cirurgião, cardiologista, um pediatra e um neurologista.
Dr. Sinvaldo afirma que vê com muita preocupação a polêmica que se formou em torno da assinatura do convênio com o governo estadual, e disse que teme que, na ponta, o cidadão que precisa de atendimento venha a ser prejudicado.
“Quando dizem que Peixoto de Azevedo foi favorecido com a regionalização do hospital, eu falo com toda segurança que é um equívoco e fico preocupado com esta situação. Primeiro porque Peixoto tem 80 funcionários efetivos que trabalham no hospital e a prefeitura paga R$ 236.460 mil mensais para bancar a folha destes servidores. Segundo: o município de Peixoto recebia R$ 159.684.37 do MAC federal (dinheiro enviado mensalmente pelo Ministério da Saúde aos municípios para casos de média e alta complexidade) e R$ 96.316 do MAC estadual. Todos esses recursos, que somados chegam a um valor de R$ 492 mil, ficam agora com o estado no processo de regionalização. Não recebemos mais estes recursos”, argumenta Dr. Sinvaldo.
Os demais municípios que compõem o consórcio, conforme o prefeito de Peixoto de Azevedo, continuam recebendo o MAC federal e estadual para os casos de média e alta complexidade. “O hospital de Peixoto de Azevedo sempre foi regional. Atendíamos pessoas de toda a região e até do Pará, e nunca reclamei. A despesa do hospital com alimentação e energia elétrica continuam sendo pagas pela prefeitura de Peixoto de Azevedo. E continuamos contribuindo com o consórcio. Para amenizar os problemas da saúde, precisamos ser mais solidários e estou fazendo a minha parte, dando a minha parcela de contribuição”, relata o prefeito.
Dr. Sinvaldo acentua que os prefeitos de Terra Nova e Peixoto não querem entender como está sendo concebido o processo de regionalização do hospital de Peixoto, proposto pelo governo estadual. Ele reitera que há mais de dois anos vem lutando para estadualizar o hospital. No entanto, não encontrou respaldo por parte do ex-governador Silval Barbosa, que não se empenhou para concluir todas as etapas da estadualização. Porém, em 7 meses de mandato, o atual governo propôs uma solução para o problema relacionado à saúde.
“Minha busca sempre foi pela estadualização. Mas o Ministério da Saúde não publicou a portaria e não fez o aporte financeiro, que a princípio, seria de R$ 500 mil mensais, chegando a 70% do valor de manutenção do hospital, conforme fosse aumentando o fluxo de atendimento. Para o hospital ser estadualizado, o Ministério tem que publicar a portaria e Como a portaria não foi publicada, o governo estadual não assumiu o compromisso”, esclarece.
O prefeito ressalta que a regionalização foi o modelo de gestão proposto pelo estado. E, em sua opinião, esta é a oportunidade da população dos municípios que compõem o consórcio, ter um hospital com boa resolutividade.
De acordo com ele, o governo estadual repassa R$ 618 mil mensais para o hospital, além do MAC federal e estadual que eram destinados a Peixoto de Azevedo. Também vão ser repassados, em duas parcelas, R$ 975. 785 mil pelo governo do estado para melhorar a estrutura do hospital com a aquisição de equipamentos.
“A administração do hospital é do governo junto com o consórcio. E não assinamos nada a toque de caixa. Todos os prefeitos foram convidados para assinar o convênio, mas o Milton e o Valter não compareceram. Esta questão está sendo levada para o lado pessoal. E, se nos dividirmos, o resultado vai ser negativo, e quem será prejudicado é o cidadão. Não consigo entender onde fomos privilegiados. Não fizemos nada por dinheiro, fizemos por uma causa social. Espero mais altruísmo da parte deles. Temos que ser solidários para avançar e não sofrermos prejuízo, desmanchando o que está feito”, ressalta Dr. Sinvaldo.
“Quando a preocupação com a judicialização da saúde, entendo que o governo tem a sua responsabilidade. Mas quando o Estado não atende, o município tem que ser responsável. E uma questão de humanidade”, completa.
Sobre Matupá sair para aderir a outro consórcio, Dr. Sinvaldo enfatiza que os gestores tem a liberdade de buscar aquilo que acreditam ser o melhor para seus municípios. “Se isto acontecer é uma opção dele”, disse se referindo ao prefeito de Matupá, Valter Miotto.