Jornal Mato Grosso do Norte
Mato Grosso do Norte
Reportagem
O ex-governador Silval Barbosa (PMDB), em depoimento prestado nesta terça-feira à juíza Selma Rosane de Arruda, pelas acusações da operação Sodoma, alegou ser inocente das acusações de formação de quadrilha. Ele pediu a magistrada que lhe esclarecesse do que estava sendo acusado e pediu para ser libertado.
Em resposta a juíza disse que ele é acusado de liderar um esquema criminoso que cobrava propina em troca de incentivos fiscais, junto com os ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel de Cursi, que também são réus na ação.
Silval negou que tenha participado do suposto esquema criminoso. E afirmou que se alguém usou seu nome para tal propósito o fez sem sua autorização.Também negou que tenha inserido Nadaf e Cursi no grupo criminoso para sustentar o esquema."Quem usou meu nome mentiu", frisou Silval.
Ele disse estar indignado com a acusação de que ele tenha montado o esquema criminoso. “Que absurdo. Nadaf já estava no governo Blairo Maggi e é indicação do Partido da República. Chico Lima tem mais de 30 anos de vida pública”, argumentou.
O ex-governador afirma que o MPE não deveria ter o denunciado como parte do esquema fraudulento na concessão dos incentivos fiscais. “Um equívoco me denunciar dizendo que eu inventei norma", exclama Silval.
Questionado pelo MPE, de que Éder Moraes, considerado “braço direito” de Silval, teria mencionado seu nome em esquema de fraudes de incentivos no Estado. O ex-governador relata que Moraes retratou seu depoimento, por isso o assunto é inverídico. "O Eder fala e desmente. Quando ele fala, serve de prova, quando ele desmente, não", reclama Silval.
Silval relata ainda que a denúncia de Éder Moraes foi apenas para “sacanear”, mas não revela o porquê. O pemedebista faz uma acusação grave de que o advogado de Eder Moraes, Ronan Oliveira, teria sido indicado por um colegiado do MPE para prejudicá-lo na ação da “Operação Ararath”.
A juíza Selma Arruda interferiu dizendo: "A decisão que mandou lhe prender é minha e eu não baseei na prisão do Eder", afirmou a juíza. A magistrada esclareceu também que as declarações de Eder Moraes não são provas nos autos.
Questionado pelo o advogado de defesa, Ulisses Rabaneda, Silval nega novamente conhecer o relator do processo, João Rosa. Conta que foi “o governador que mais realizou obras no estado, foram mais de 115 no total, quase todas entregues”, pontua.
Também destaca que elevou o orçamento de Mato Grosso de R$ 5 bilhões para R$ 20, além de integrar os municípios do interior e construir três hospitais. O peemedebista também entregou um extrato a magistrada para provar que deixou em caixa R$ 684 milhões e mais R$ 80 milhões estornados no fim do ano de 2015, quando deixou o comando do Palácio Paiaguas.
A juíza Selma Rosane Arruda, interrompeu o ex-governador, afirmando que o depoimento é relativo à denúncia da Operação Sodoma.
A juíza também questionou o fato de Silval ligar para o vice-presidente, Michel Temer, quando a sua esposa Roseli Barbosa foi presa.
O ex-governador alega que não possui mais influência política. E que conhece Temer há mais de 20 anos.