“Nós temos o direito de dizer que aquilo está errado”. Foi com essa declaração que o federal eleito por Mato Grosso Victório Galli, do PSC, defendeu nesta segunda-feira ,20, seu projeto de lei que tramita na Congresso Nacional. Ele se refere à liberdade religiosa para abordar o tema da sexualidade e da união homoafetiva. Para Galli, o grupo LGBT tenta reprimir a liberdade de expressão de pastores e de padres. Por isso ele protocolou o PL 4.500/2012 na Câmara dos Deputados. O texto se fundamenta, entre outros, no artigo 5º da Constituição Federal.A Comissão de Constituição Justiça e Cidadania (CCJC) da Casa já deu parecer favorável e o projeto pode entrar na pauta do Plenário no ano que vem.
“A justificativa é não ser reprimido nas expressões. Porque na realidade o que o grupo LGBT está fazendo é que eles estão se blindando de uma forma que nos proíbe de nos manifestarmos sobre qualquer situação sobre eles. Se eles têm direito a fazer isso, nós também temos que garantir nosso direito de dizer, pelo menos, que aquilo está errado. É o direito de se manifestar”, afirmou durante entrevista no Jornal da Manhã, da TV Record, Canal 10.
Eleito com 64,6 mil votos em 2014, Galli é do mesmo partido do deputado federal Marcus Feliciano, que presidiu a Comissão de Direitos Humanos no ano passado e causou polêmica com seu posicionamento, principalmente com relação aos direitos dos homossexuais. Para o deputado de Mato Grosso, a “minoria LGBT” tenta subverter a ordem democrática. “Ele [Feliciano] foi criticado pelo pessoal do LGBT, pela minoria e não pela maioria. Tem essa da pessoa fica querendo inverter os valores. Na democracia a maioria rege a minoria. E o que eles querem é ao contrário. Isso é antidemocrático”, disse ao defender o correligionário.
Nas eleições deste ano, o ex-presidenciável Levy Fidelix (PRTB) defendeu o mesmo discurso durante um debate, ao ser questionado sobre os direitos do grupo LGBT. “Não podemos deixar que tenhamos essa minoria querendo escorar a maioria do povo brasileiro”, disse ele. O fato ganhou repercussão imediata via redes sociais e voltou a ser tema de discussão em outro debate.
Também na entrevista, Galli garantiu que o projeto 4.500 não será sua única frente de atuação. Ele criticou a Educação e a Saúde no Estado. E afirmou que defende a reforma política. “Já é proposta do nosso partido o voto facultativo. E eu sou a favor disso”. Galli defendeu ainda o fim da reeleição, com aumento de um ano no mandato, e a realização de apenas uma eleição para para todos os cargos, com financiamento público. “Reeleição é prejuízo para a democracia”, disse.