Jornal Mato Grosso do Norte
Reportagem
Mato Grosso do Norte
O ex-presidente da Câmara Municipal de Alta Floresta, Elói Crestani (PMDB), em entrevista à Mato Grosso do Norte, se posicionou sobre o projeto de reposição salarial para o prefeito, vice-prefeito e secretários, votado pela Câmara Municipal no final do mês de dezembro.
“O projeto é de autoria da mesa diretora da Câmara, mas não partiu de mim. Se dependesse de mim, ficaria igual. O projeto foi uma inciativa de toda a base de sustentação do prefeito. Eu era presidente, mas não tomava decisões isoladas”, argumentou.
Elói explicou que o projeto repôs apenas as perdas com a inflação dos últimos 8 anos, com base no INPC- Índice Nacional de Preços ao Consumidor.Conforme o parlamentar, o salário do prefeito Asiel Bezerra era de R$ 14 mil bruto. E este valor estava dificultando a contratação de médicos para trabalhar no município, porque nenhum servidor pode ganhar mais do que o prefeito.
“Com os descontos, os salários dos médicos caem para R$ 10 mil e eles não querem trabalhar por este valor. O prefeito teme que aconteça o mesmo que ocorreu em 2015, quando ele foi afastado da prefeitura porque o município não tinha médicos suficientes para atender a população”, justifica Elói.
O salário do prefeito Asiel Bezerra passou a ser no valor de R$ 26.800, da vice-prefeita Marinéia Munhoz e dos secretários, R$ 8.600. Os secretários adjuntos recebem um salário no valor de 60% dos titulares de cada pasta.
“Na verdade, o prefeito conversou com os vereadores, explicou a situação e queria um salário de, no máximo R$ 22mil. No entanto, a correção teria que ser feita com o índice correto do INPC. Ficou um valor alto, mas foi a forma legal de o projeto ser formulado. Sei que é uma matéria polêmica, mas a Câmara tem que obedecer a legalidade”, explica o vereador.
“Não adianta o prefeito ganhar R$ 6 mil para dizer que ganha pouco e ficar roubando o dinheiro público”, acrescenta Elói.
O peemedebista disse que a Câmara não é obrigada a apresentar o projeto de reajuste de salário do prefeito, vice-prefeito e secretários. Todavia, se a matéria não fosse apresentada e os salários não fossem reajustados, a administração poderia ter problemas no futuro e culpar os vereadores.
“É uma pauta complicada para os vereadores e para o próprio executivo. Mas o prefeito fez o estudo de impacto, fez uma exposição do problema e pediu para os vereadores de sua base apresentar e votar o projeto”, comenta Elói.
De acordo com o parlamentar, quando a ex-prefeita Maria Izaura assumiu a prefeitura em 2005, o salário do prefeito era de pouco mais de R$ 7 mil. Quando ela foi reeleita em 2008, houve um reajuste de 50% e o valor subiu para R$ 14mil.