Dionéia Martins/ Mato Grosso do Norte
A vereadora Elisa Gomes esteve na terça-feira, 18, na Casa Civil do Governo de Mato Grosso, para uma reunião com algumas das principais lideranças da Segurança Pública e da assistência social do Estado. Em pauta, a divulgação do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, que apresenta dados do avanço da violência contra mulheres.
Mato Grosso lidera, pelo segundo ano consecutivo, o ranking nacional de feminicídios. Até 11 de novembro, 49 mulheres foram assassinadas no estado, segundo o levantamento. No entanto, Gislaine Ferreira da Silva foi morta na madrugada de domingo, 23, elevando a estatística para 51 feminicídios.
Elisa apresentou pessoalmente um conjunto de reivindicações ao Governo Estadual. Participaram da reunião o chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, o secretário de Assistência Social e Cidadania, Klebson Haagsma, o secretário de Segurança Pública, coronel César Roveri, além da tenente-coronel Monalisa Furlan (coordenadora do GGI da Sesp), da delegada Ana Paula de Faria Campos (Diretoria Metropolitana da Polícia Civil) e da delegada Mariell Antonini Dias Viana (Coordenadoria de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher).
Segundo a parlamentar, as demandas foram construídas em articulação com as 16 vereadoras que atuam nos seis municípios da região de Alta Floresta — um território que, apesar da extensão e dos indicadores crescentes de violência de gênero, ainda carece de estrutura estatal adequada para atender as vítimas.
Entre os principais pontos defendidos pela vereadora estão: Implantação de Casas-Abrigo na região, construção da nova Delegacia de Alta Floresta com Núcleo da Mulher e equipe de saúde especializada para acompanhamento físico e psicológico.
A vereadora defende que o atendimento às vítimas seja conduzido por profissionais capacitados para lidar com traumas, depressão, ansiedade e demais impactos decorrentes das agressões. “É inadmissível que mulheres fragilizadas ainda enfrentem constrangimento quando o agressor continua solto”, reforça a parlamentar.
Além dessas medidas estruturantes, Elisa também pediu que o Estado amplie vagas no regime semiaberto para cumprimento de pena por agressores — uma lacuna que frequentemente inviabiliza decisões judiciais e contribui para a sensação de impunidade. “Violência contra a mulher é questão estrutural, não assunto privado”, ressaltou.
A vereadora destaca que o enfrentamento à violência de gênero vai muito além da repressão policial. Exige prevenção, educação, articulação entre saúde, justiça, assistência social e Segurança Pública, além do fortalecimento da rede de acolhimento.
“Precisamos romper com padrões culturais que ainda sustentam o machismo e a naturalização das agressões”, afirma.
Elisa saiu da reunião afirmando confiar no compromisso do governo estadual para avançar nas medidas apresentadas.









