Reportagem
Mato Grosso do Norte
A notícia do bloqueio de recursos do prefeito de Alta Floresta, Asiel Bezerra (MDB) e das empresas LVL Comércio e Serviço Ltda.-EPP e Ricardo da Silva Comércio e Serviço Ltda.-EPP, repercutiram na Câmara Municipal na semana passada e, apesar dos parlamentares já terem conhecimento da situação, não esperavam que a justiça determinasse o bloqueio dos bens dos envolvidos.
Alguns vereadores comentaram o caso nos bastidores, evitando levar a questão para a Tribuna, por serem correligionários do prefeito e serem da base da administração.
No entanto, o presidente da Câmara, Emerson Machado (MDB), mesmo sendo colega de partido do chefe do Executivo municipal, apresentou um projeto de lei, para empresas que estão sendo investigadas ou que já são condenadas, serem vedadas de participar de licitações no âmbito da prefeitura de Alta Floresta.
O parlamentar também apresentou um requerimento cobrando explicações da administração sobre as denúncias de irregularidades e desvio de recursos provenientes das licitações da prefeitura de Alta Floresta.
“Há muitas denúncias nas redes sociais e os vereadores estão acompanhando. Queremos saber o que realmente acontecer com relação as relações de algumas empresas com a prefeitura. Nosso objetivo é a transparência”, disse.
Sobre seu projeto que está em tramitação na Câmara Municipal, Emerson observou que a finalidade é proibir as empresas que estão sendo investigadas de venderem para a prefeitura. “Com a aprovação do projeto, as empresas investigadas não poderão participar das licitações. Com o final das investigações, se forem inocentadas, voltam a participar. Caso sejam condenadas, ficam impedidas”, comentou.
O vereador Elói Crestani (MDB) disse à Mato Grosso do Norte, que o prefeito lhe assegurou que, ao contrário do que diz o Ministério Público na ação de denúncia, os pareceres, tanto do Jurídico da prefeitura como da Controladoria Interna, foram favoráveis as licitações citadas.
Segundo ele, o próprio prefeito lhe afirmou que quando houve as suspeitas, pediu investigações do próprio Ministério Público e do setores de controle da prefeitura.
“Sou do partido do prefeito, mas defendo que seja investigado, para que não haja dúvida para a sociedade. Se tiver culpado, que pague pelos seus erros e o dinheiro público não seja desviado”, asseverou Elói.
O emedebista acentua que as licitações da prefeitura devem ser feitas com transparência e abertas para as empresas, sem favorecer ninguém.
“Todas as empresas que sejam habilitadas devem ter oportunidade de participar das licitações, desde que seja de forma honesta. O que não pode acontecer é algumas empresas serem beneficiadas em detrimento de outras e vender os produtos com valores superfaturados”, completou.
Já o vereador Dida Pires (PPS) que considerou os fatos absurdos, observou que o prefeito Asiel Bezerra teve sorte de o juiz que julgou a ação do Ministério Público não o ter afastado do cargo.