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Variedades Quarta-feira, 30 de Setembro de 2020, 00:00 - A | A

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Cardiopatias também podem atingir crianças e jovens



De 0 a 100 (ou mais). Esse poderia ser um teste de velocidade de um carro potente, mas também representa todo o período em que devemos cuidar do motor do nosso corpo: o coração. De acordo com Dr. Leopoldo Piegas, cardiologista, ao contrário do que ainda se acredita, não são somente os idosos que convivem com as cardiopatias - e a atenção à saúde cardíaca deve começar cedo, levando em conta cada fase da vida e diferentes fatores de risco, como estresse, diabetes e hipertensão.

Segundo o Ministério da Saúde, desde 2013, os episódios de infarto entre adultos com até 30 anos subiram 13%. O estresse repentino, que é tido como a causa de cerca de 15% dos casos de infarto, por provocar o fechamento de uma artéria coronária, também não “escolhe” idade.

Outro número que mostra que a ameaça de infartar começa muito mais cedo do que se imagina é o de pacientes com pressão alta. No país, são 36 milhões de adultos brasileiros com diagnóstico de hipertensão arterial, de acordo com a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). O quadro é um alerta para o desenvolvimento de problemas cardíacos.

“Muitos fatores de risco para ocorrências de infarto não têm relação direta com a idade, por isso, a recomendação é que os cuidados com o coração e as consultas médicas sejam feitas de forma precoce”, reforça o especialista.

 Não é somente o infarto que pode comprometer o bom andamento do nosso motor. Apesar de não ser possível delimitar uma trajetória da saúde do coração, em cada “quilômetro rodado” há, sim, problemas mais incidentes e que merecem atenção e cuidados especiais. O especialista classifica quais são:

- Cardiopatia congênita

Como o próprio nome se refere, é uma condição cardíaca que engloba qualquer alteração do coração e dos vasos desde o feto até a idade adulta. O quadro atinge cerca de 30 mil crianças nascidas no Brasil, anualmente, e é a segunda maior causa de morte de crianças em todo o Brasil, perdendo apenas para a má formação cerebral. A depender do tipo de cardiopatia, essa pode ser diagnosticada e operada antes mesmo do nascimento do bebê, ainda na barriga da mãe. A maioria costuma ser diagnosticada após o nascimento, alguns casos, no entanto, só na fase adulta.

- Cardiopatias pediátricas

São diferentes das cardiopatias congênitas e se caracterizam por doenças do coração adquiridas na infância. Dentre as mais comuns, estão algum tipo de sopro, que pode estar relacionada com algum problema no músculo cardíaco; a miocardite, que geralmente é consequência de uma complicação em um quadro de infecção causada por vírus, bactérias, fungos ou parasitas; e a febre reumática, comum em crianças com até 15 anos, causada pela bactéria Streptococcus pyogenes e decorrente de faringites e amigdalites mal curadas.

- Cardiopatias gerais

Podem acometer jovens e adultos nas mais diferentes etapas da vida, tais como: hipertensão arterial, condição cardiovascular caracterizada pelo elevado nível da pressão arterial; arritmia cardíaca, que reflete alteração no batimento cardíaco de forma descompassada, acelerada ou lenta; angina, desconforto no peito, causado por redução do fluxo sanguíneo na artéria coronária; insuficiência cardíaca, que consiste na incapacidade do coração em bombear sangue de forma satisfatória para as demais partes do corpo; miocardite, inflamação do coração, decorrente de alguma infecção do organismo; e o próprio infarto, caracterizado pelo bloqueio do fluxo sanguíneo ao coração.

- Cardiopatias em idosos

Além das cardiopatias já citadas, há ainda a estenose aórtica (estreitamento da válvula aórtica), que acomete cerca de 5% da população idosa acima dos 70 anos. Apesar de muitas vezes assintomática, a doença pode ocasionar síncope, insuficiência cardíaca e morte súbita, necessitando de intervenção, a depender do comprometimento da válvula. O diagnóstico tardio de uma estenose aórtica pode aumentar para 50% a chance de mortalidade nesses pacientes em até dois anos.

 





 

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