Agência Rádio Mais
Um estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, a FAO, neste mês, aponta que a desnutrição caiu cerca de 4,5% no Brasil, entre os anos de 2004 e 2006. No período entre 2016 e 2018, o índice teve retração de 2,5%. Apesar desse recuo, dados também revelam que ainda existem cerca de 5 milhões de brasileiros em desnutrição, ou seja, que passam fome.
O relatório da ONU mostra, ainda, que o combate à fome teve prejuízos acentuados devido à crise econômica de 2012 e, por isso, o país passou a registrar aumento de doenças ligadas à desnutrição. A anemia, por exemplo, cresceu mais de 27%, em 2016, entre as mulheres na faixa de reprodução, de 15 a 49 anos.
De acordo com a entidade, a fome é relacionada diretamente às pessoas que vivem na faixa de extrema pobreza. No Brasil, mais de 15 milhões de pessoas vivem nesta faixa. Ainda de acordo com a FAO, foram registradas, em 2017, cerca de 15 mortes por dia no Brasil, por desnutrição.
Desnutrição é um estado patológico causado pela falta de ingestão ou absorção de nutrientes. Dependendo da gravidade, a doença pode ser dividida em primeiro, segundo e terceiro grau. Existem casos muito graves, cujas consequências podem chegar a ser irreversíveis, mesmo que a pessoa continue com vida. Entretanto, a desnutrição pode ser leve e traduzir-se, sem qualquer registro de sintomas, numa dieta inadequada.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a desnutrição contribui com mais de um terço das mortes de crianças no mundo, apesar de raramente ser listada como a principal causa. Nos anos 70, cerca de 30% das crianças entre 5 e 9 anos estavam com déficit de altura no Brasil, um forte indicador de desnutrição de longa data na infância.
Falta de acesso a alimentos com alto valor nutritivo é uma causa comum de desnutrição. Hábitos alimentares pobres, tais como amamentação inadequada, ingestão de alimentos pouco nutritivos e a falta de instrução sobre o valor nutricional dos alimentos contribuem para a desnutrição. Infecções frequentes ou persistentes, como diarreia, pneumonia e malária também são determinantes para o aparecimento da desnutrição.
A desnutrição pode ser primária ou secundária, a depender do que causou o problema. Entre as causas primárias estão comer pouco ou comer “mal”. Ou seja, ter uma alimentação em quantidade ou qualidade insuficiente em calorias e nutrientes.
Já entres as causas secundárias há a ingestão insuficiente de alimentos por fatores externos, que podem estar demandando um gasto energético maior do corpo, ou impedindo a pessoa de absorver os nutrientes e se alimentar corretamente. Alguns exemplos são presença de verminoses, câncer, anorexia, alergia ou intolerância alimentar, digestão e absorção deficiente de nutrientes.
O desmame precoce também está entre as causas de desnutrição, uma vez que o leite materno contém nutrientes essenciais que dificilmente são encontrados em quantidades adequadas na alimentação sólida.
Crianças provenientes de famílias de baixa renda apresentam um risco maior relacionado a deficiências alimentares. Além disso, condições sanitárias precárias contribuem para o aparecimento de infecções, parasitoses e da desnutrição.
Sintomas de Desnutrição em Adultos
Se você perder de 5 a 10% do seu peso corporal ao longo de três a seis meses e não está fazendo dieta, você pode estar em risco de desnutrição.
Sinais
• Cansaço e falta de energia
• Demorar um longo tempo para se recuperar de infecções
• Demora na cicatrização de feridas
• Irritabilidade
• Falta de concentração
• Dificuldades para se manter aquecido
• Diarreia persistente
• Depressão.
Crianças
Os sintomas de desnutrição em crianças podem incluir:
• Incapacidade de crescer dentro da taxa esperada
• Mudanças de comportamento, como sentir irritação, ansiedade ou letargia
• Mudanças na cor dos cabelos e cor da pele