por Matteo Pozzi
Infomotori.com/Itália
Exclusivo no Brasil para Auto Press
A MV Agusta definiu que seria na bigtrail Turismo Veloce que sua nova embreagem automática SCS (Smart Clutch System) iria estrear. E foi uma escolha lógica. Afinal, mesmo a versão normal do modelo tem características de versatilidade, esportividade e conforto que a tornam única. O sistema mantém a manete de embreagem, mas adiciona a capacidade de ligar sem ter de acionar a alavanca. Como a moto fica desengatada quando desligada, foi equipado com o freio de estacionamento, colocado acima do pedal de freio traseiro. Esta tecnologia é apenas uma das inovações que a big trail da MV Agusta oferece. A Turismo Veloce possui um bom número de novidades, como o eixo contra-rotante, acelerador eletrônico, câmbio quick shift bidirecional para a caixa de velocidades. Este sistema, juntamente com o SCS, tornam a alavanca de embreagem quase supérflua.
O sistema de embreagem automática tem apenas uma contraindicação: o custo. Na Turismo Veloce Lusso, ela acrescenta 1.800 euros – ou R$ 10.200 – ao preço final. O SCS inclui uma parte mecânica e outra que é configurada na parte eletrônica do motor, já que a central deve gerenciar os movimentos de atuação e liberação da embreagem. Portanto, não se trata de uma trivial embreagem centrífuga, como as montadas em scooters, mas uma clássica embreagem multidisco que é operada de modo automático ou manual. Mas, como numa scooter, o sistema permite que se pare e se arranque novamente usar o manete. As trocas de marcha variam em função de fatores como rotação do motor e ação sobre o acelerador. Não se pode acusar o SCS de anestesiar as reações da moto. O zero a 100 pode ser feito em apenas 3,15 segundos, com velocidade máxima declarada em 230 km/h. Para as arrancadas, é recomendado pela fábrica que sejam usadas sempre a primeira ou segunda marchas – embora ela consiga administrar arrancadas com relações mais altas. Ocorre que, neste caso, os materiais dos discos estão mais desgastados. Numa atitude de autopreservação, sempre que isso acontece, o piloto é alertado por luzes piscantes no painel.
A não ser pelos 40 gramas do sistema de embreagem automática, a versão SCS é idêntica à Turismo Veloce Lusso da qual deriva. Esteticamente, apenas uma tampa lateral transparente, em policarbonato, foi adicionada para deixar a embreagem à vista. O pedal adicional para o freio de estacionamento, acima do pedal do freio traseiro normal é discreto demais. É preciso procurar com atenção para achá-lo – ainda mais porque toda a lateral é pintada de preto. Este é o freio adicional é necessário para manter a moto parada quando estacionada em uma rampa, já que a embreagem se mantém aberta quando o motor está desligado. O sistema desenvolvido pela empresa Rekluse, e que já era vendido como um kit de pós-venda, teve a preocupação de não fazer o motor morrer em caso de queda