Rose Domingues
Sema-MT
A Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso investiu em 2017 o dobro de recursos do ano passado e quase 7 vezes o que foi investido em 2014 para o combate às queimadas. O plano de combate e prevenção deste ano teve o aporte de R$ 3 milhões para estrutura de prevenção e resposta. Em 2014 o valor era de R$ 438 mil.
Para as atividades de combate, as equipes contam com cinco viaturas Auto Bomba Tanque Florestal; uma Auto Tanque Combustível; 13 caminhonetes da Sema e do Corpo de Bombeiros; duas aeronaves de combate a incêndio florestal e um helicóptero do Centro Integrado de Operações Áreas (Ciopaer). Com esses recursos, Mato Grosso é o Estado com a maior estrutura de combate às queimadas do Brasil.
Mesmo aumentando o volume de dinheiro investido, de 1° de janeiro a 17 de setembro de 2017, houve um aumento de 34,71% nas queimadas em Mato Grosso. O Estado trabalhava com dados positivos até a primeira semana de setembro. Para se ter uma ideia, nos primeiros 30 dias do período proibitivo, entre 15 de julho e 15 de agosto, a redução era de 43% nos focos de calor. E entre o fim de agosto e início de setembro, a queda era de 20%. Setembro já começou com números negativos, até o dia 10 desse mês houve aumento de 0,80% nas queimadas.
“Temos que pensar em algo em torno do fortalecimento da educação ambiental, porque se não é enxugar gelo. Nós combatemos, investimos mais dinheiro, mas se não tiver a conscientização do cidadão, estamos remando contra a maré. É impossível vencer essa luta se o cidadão não entender que é ele, o seu vizinho, as crianças, os idosos, que mais sofrem com a falta da qualidade do ar”, afirma o vice-governador e secretário de Meio Ambiente, Carlos Fávaro.
O período proibitivo começou no dia 15 de julho e segue até o dia 30 de setembro, podendo ser prorrogado. Nesta época, utilizar fogo para limpeza e manejo nas áreas rurais é crime passível de 6 meses a quatro anos de prisão, com autuações que podem variar entre R$ 1 mil a R$ 7,5 mil por hectare.
Por isso, além das ações de governo, é importante que os cidadãos denunciem essa prática. Nas áreas urbanas, o uso do fogo para limpeza do quintal é crime o ano inteiro. As denúncias podem ser feitas na ouvidoria do BEA: 0800 647 7363, no 193 do Corpo de Bombeiros ou diretamente nas Secretarias Municipais de Meio Ambiente.
Apesar de despertar a atenção, apenas 4,13% dos 32.334 focos de calor registrados em Mato Grosso aconteceram em unidades de conservação (federal, estadual e municipal). Na Área de Proteção Ambiental (APA) da Chapada dos Guimarães, o fogo começou no início de agosto e já queimou cerca de 4 mil hectare