Ana PAULA Selhorst
Mato Grosso do Norte
A Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT- completou quarenta anos este mês, com cerca de 60 cursos de graduação e 13 campus universitários. A consolidação da Universidade em Mato Grosso tem uma extensa história de luta, desafios e conquistas. História esta que também está sendo escrita no município de Alta Floresta, com seus 26 anos de existência.
Sob a reitoria da professora Dra. Ana Maria de Renzo e com o futuro reitor eleito, professor Dr. Rodrigo Bruno Zanin, a Universidade busca agora uma renovação, através da integração comunidade-universidade, onde o ensino não esteja focado apenas nas técnicas, mas também no desenvolvimento social e humano.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Mato Grosso do Norte, o Diretor Político Pedagógico Financeiro do Câmpus Alta Floresta, o Professor Dr. Luiz Fernando Ribeiro, relatou como esta relação será aplicada na realidade altaflorestense, bem como os desafios enfrentados, as conquistas e as comemorações realizadas durante todo o ano para o quarentenário da Instituição.
Desafios - Possuindo uma infraestrutura de três Câmpus Universitários: Câmpus I, II e o Museu de História Nacional, a Universidade está ampliando suas instalações, com a construção do bloco três e quatro no Câmpus II. No entanto, operar durante a carência desta ampliação representa um desafio a ser vencido.
“Falta uma estrutura para os próprios acadêmicos e para a própria comunidade desenvolver atividades de esporte, lazer e cultura. Somos uma Universidade nova, tanto no Estado quanto no município. Quando a UNEMAT chega em uma cidade, dificilmente constrói um bloco ou uma cidade universitária, uma escola é adaptada para a Instituição. No câmpus 1 foi assim, já no câmpus 2 foi possível a construção da cidade universitária”, relatou ele.
Conquistas - Com uma representação importante para Alta Floresta e região, a Instituição já formou mais de 14 mil profissionais em nível de graduação. “Começamos com apenas dois prédios e hoje já temos praticamente 26 laboratórios. Conseguimos o bloco 1, na gestão do professor Jesus Paixão. O Centro de Tecnologia (CETAM) e a marcenaria na gestão do professor Marco Antonio Camilo. E na minha gestão conseguimos a construção do bloco 3 e do bloco 4”, ressaltou ele.
“Outra conquista foi o curso de Direito, que conseguimos trazer para Alta Floresta, além de 07 novos técnicos contratados (4 administrativos, 2 motoristas e 1 laboratorista)”, relata. Atualmente a Universidade oferta quatro cursos.
Conquista social para a região- “Acredito que a conquista para a Universidade foi grande, mas foi maior ainda para a cidade. A Instituição trouxe a oportunidade de os filhos da região estudarem aqui, com qualidade, devolvendo para a sociedade pessoas que nós formamos, que até onde sabemos são profissionais muito bem-conceituados”, afirmou ele.
Expectativas- Sobre as mudanças que ocorrerão durante o novo mandato da reitoria e as reflexões dos 40 anos, ele pontuou: “Eu acredito muito na consolidação da UNEMAT no Estado de Mato Grosso. A plataforma do professor Rodrigo é a de uma Universidade para a sociedade. Teremos foco em atividades de extensão, realizando atividades culturais. Eu acredito que a Universidade vem para fazer mais parte da sociedade. Uma Universidade mais humana, voltada para o povo e para as necessidades da cidade. Ela vai continuar sendo forte naquilo que é destaque - que é a pós-graduação, a pesquisa, a graduação - mas uma questão que não vinha recebendo a atenção adequada, a extensão universitária, vai ser fortalecida”.
Integração - Desejando edificar ainda mais o relacionamento entre a população e a Universidade, Luiz Fernando ressaltou que a UNEMAT é um patrimônio do Estado de Mato Grosso, tudo que é um patrimônio faz parte do povo.
“A população tem que sentir que a UNEMAT faz parte dela e a reciproca também tem que ser verdadeira. Nós temos que receber estas pessoas dentro de nossa Instituição. O caminhar da nossa política nacional é de que as Universidades públicas possam vir a se extinguir, e se nós não lutarmos por aquilo que nós acreditamos - que é um ensino de qualidade, público e gratuito - a tendência é que isso ocorra. Nós não podemos acabar com o sonho do cidadão de se qualificar e ter uma vida melhor. É por isso que vamos ter que sair e ir ao povo e dizer: ‘nós somos importantes para vocês’”, enfatiza.
Os 40 anos - Celebrando o aniversário da Instituição, diversas comemorações foram realizadas em todo o estado.
“Foi uma ideia da professora Ana Maria di Renzo, que todos os Campus vão estar fazendo atividades de 40 anos. Elas começaram no início do ano. Na sexta-feira a Universidade aniversariou, mas as nossas atividades não param por aí. Vão seguir por todo o ano de 2018. Nós fizemos o baile, o passeio ciclístico, a exposição da Universidade. Fizemos um sarau com contos de história. Vamos resgatar o “Venha nos Conhecer”, onde a Universidade vai ficar aberta durante seis meses para qualquer escola ou pessoa que queira conhecer nossos trabalhos e os laboratórios da Universidade”, observa.
“Essa também é uma ideia para mostrar ao indivíduo o que é a Universidade e trazer aquela pessoa, criança ou adolescente que acha que nunca vai chegar em uma Universidade, que ela pode sim chegar lá. Vamos inaugurar a galeria dos diretores, tanto pedagógicos quanto administrativos, onde será feito um rol com as fotos dos diretores que já passaram no Campus de Alta Floresta”, finaliza ele.