Jornal Mato Grosso do Norte
José Vieira do Nascimento
Editor de Mato Grosso do Norte
A obra de 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva)que está sendo construída nas dependências do Hospital Regional de Alta Floresta, deve ser reiniciada na próxima segunda-feira, 29. A obra estava paralisada desde dezembro de 2016.
O diretor do Hospital Regional, José Marcos, afirmou à Mato Grosso do Norte, que a juíza, Dra. Ana Paula, fez um pagamento para a empreiteira que executa a obra no valor de R$ 94.867,60 para a continuidade do serviço de construção civil e rede de gás.
Segundo ele, a empresa já está se mobilizando, levando ferramentas e materiais para o local da obra, para recomeçar o trabalho. José Marcos, avalia que o valor que foi bloqueado do Estado pela justiça (R$ 1. 673.076,10) será suficiente para concluir e equipar os 10 leitos.
Caso não haja mais interveniência judicial que paralise a obra, a mesma deve estar pronta em dois meses.
“Falta um reboco para proteção contra ráio, que demora uns 30 dias para chegar porque tem que encomendar o material, e a pintura. Depois o local estará pronto para a implantação dos leitos de UTI”, explica José Marcos.
José Marcos disse que a juíza, Dra. Ana Paula, pediu para que ele justifique todos os pagamentos que serão feitos a partir de agora, porque houve diferença de preços para mais e para menos, com base na planilha inicial. A diferença ocorreu, segundo ele, devido ao atraso. Quando os produtos foram cotados, os preços eram um e agora, houve alta. Nos preços em que houve diferença de menor preço, ele explica que foram encontrados produtos melhores e mais baratos.
Ele cita o exemplo de ventiladores de teto, que a princípio, o preço cotado era de R$ 605.805,00. E foram encontrados por R$ 485 mil.
Já o autoclave previsto inicialmente em R$ 134 mil, agora só está sendo encontrado a R$ 141 mil. “Tenho que justificar para o promotor, para ele repassar para a juíza. Mas isso pode implicar em atraso, porque o promotor está de férias”, disse José.
Sobre o padrão de qualidade da obra, segundo o diretor, ela está de acordo com a portaria do Ministério da Saúde que regulamenta as UTIs. “Uma equipe da Secretaria de Saúde do governo estadual esteve vistoriando a obra e constatou que ela está sendo feita de acordo com as normas do Ministério”, disse.
Os equipamentos, para equipar os leitos, conforme o diretor do hospital, já estão sendo adquiridos. São respiradores mecânicos e camas. O restante dos equipamentos serão comprados pela empresa a ser contratada pelo governo estadual e que vai prestar serviços médicos. Provavelmente, uma OS - Organização Social.
A previsão de José Marcos é para a obra estar pronta até o mês de setembro. Caso esta programação seja confirmada, o processo seguinte será a contratação da equipe médica que atenderá na UTI.
O valor de manutenção dos dez leitos de UTI é avaliado em R$ 500 mil por mês. Este recurso é de responsabilidade do governo estadual.
Todavia, ele explica que hoje o governo estadual, até mesmo por conta das determinações judiciais através de liminares, é obrigado a comprar vagas de UTI na rede privada. O valor mínimo do serviço é de R$ 1.500 a diária, fora os medicamentos.
“O governo vai apenas remanejar estes recursos. Invés de pagar para a rede privada, vai ter aqui o serviço próprio. Se não tiver aqui, o governo terá que comprar. Portanto, acredito que não haverá problema quando a manutenção da UTI aqui em Alta Floresta”, avalia.
Quanto a preocupação do vereador Dida Pires, que queria marcar uma reunião com o Ministério Público, Câmara Municipal e direção do Hospital Regional para tratar do reinicio da obra, José Marcos disse que, por enquanto, não há necessidade.
Mas se houver nova paralisação, diz que a ajuda política dos vereadores será bem vinda.
