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Caderno B Sexta-feira, 19 de Novembro de 2021, 00:00 - A | A

19 de Novembro de 2021, 00h:00 - A | A

Caderno B /

CINCO PERGUNTAS: Chance de viver



por Geraldo Bessa

TV Press

                Roteirista disputado, Mauro Wilson estava feliz apresentando seus projetos de séries e especiais à Globo quando uma proposta de Silvio de Abreu, ex-diretor de teledramaturgia da Globo, o fez se sentir instigado. Disposto a bancar o experimentalismo, Abreu o convidou para escrever uma novela das sete baseada no argumento do especial “Os Amadores”, de 2005, onde quatro homens de 40 anos se conheciam no CTI, com a morte clínica declarada. Ao obter uma nova chance de viver, eles tentam mudar suas trajetórias e ajudar um ao outro. Em “Quanto Mais Vida, Melhor!”, novela das sete que estreia nesta segunda, 22 de novembro, Wilson decidiu deixar a história um pouco mais diversa. Após morrerem em um acidente aéreo, Paula, Neném, Flávia e Guilherme, papéis de Giovanna Antonelli, Vladimir Brichta, Valentina Herszage e Mateus Solano, recebem uma segunda chance da Morte sob uma condição: devem consertar suas vidas e, após um ano, apenas um deles morrerá definitivamente. “Modificar o gênero e idades dos personagens me deu mais possibilidades dramatúrgicas. Além disso, o fato de um deles realmente falecer no final muda a dinâmica da história”, adianta o autor.

                Natural do Rio de Janeiro, a trajetória de Wilson na tevê é marcada pela versatilidade. Nos anos 1990, foi roteirista de produções infantis como “TV Colosso” e “Caça-Talentos”. Na década seguinte, colaborou em folhetins como “O Beijo do Vampiro” e “Pé na Jaca”. Mais recentemente, enveredou por produções de gênero, como a “noir” “Cidade Proibida” e o thriller “Ilha de Ferro”. “Utilizo toda a minha experiência a favor da novela. O que o público vai assistir ao longo dos 166 capítulos previsto é a um apanhado de coisas que fiz ao longo da vida”, avisa.

P - Apesar de já ter sido colaborador em novelas, você acabou se tornando conhecido como criador de séries como “Aline” e “Cidade Proibida”. Como é encarar seu primeiro folhetim como titular em “Quanto Mais Vida, Melhor!”?

R - A verdade é que eu não sabia escrever novela e achei o convite do Silvio (de Abreu, ex-diretor de teledramaturgia da Globo) bastante inusitado. Os primeiros dias foram assustadores. Estava acostumado a ter no máximo 12 personagens em uma produção. Comecei a comentar com amigos próximos que passei a me sentir um corredor de 100 metros rasos que foi escalado para correr uma maratona (risos).

P - E como foi o processo de desenvolvimento da história?

R - Eu pensei que seria uma coisa e tudo acabou mudando de rota no meio do caminho. Como colaborador, eu não tinha muita noção da história como um todo, pois cada um fica com uma parte da trama. Então, escrevi e reescrevi muito até ter o início que eu julgasse mais interessante para a história. Com essa estrutura já pronta, começou a pandemia e tudo teve de ser adiado.

P - Como você lidou com as incertezas do período mais intenso da Covid-19?

R - Teve o lado bom e o ruim. Fui fazer novela para ter experiência de uma obra aberta, queria sentir a influência do público na história e ver os núcleos e personagens se modificando. Nada disso aconteceu, voltei a fazer seriado, só que agora de 161 capítulos. Do ponto de vista da escrita, aproveite o tempo que tive para melhorar as histórias. Estou feliz com o resultado. Porém, de qualquer maneira, é uma obra estranha.

P - A opção de não abordar o coronavírus diretamente na trama foi sua?

R - Foi em comum acordo com a emissora. A novela se desenvolve um pouco mais à frente desse momento que estamos vivendo. Tem uns reflexos. A empresa da Paula (Giovanna Antonelli) está passando por um momento difícil e em vias de ir à falência. O pai da Flávia (Valentina Herszage) perdeu o emprego por causa da pandemia. No salão da Nedda (Elizabeth Savalla) os fregueses sumiram e agora estão voltando. Depois que a novela anda, vai para frente e a pandemia fica para trás, ela só é realmente citada.

P - Inicialmente, a trama se chamaria “A Morte Pode Esperar”. O que levou a alterar para “Quanto Mais Vida, Melhor!”?

R - Emocionalmente, a pandemia influenciou muito a obra. O ponto de partida é a morte, e isso me deu vontade de falar sobre vida. A novela já tinha muito afeto e todas as adversidades que passamos nos últimos tempos intensificaram este tema. Então, tem o afeto de pai, mãe, amigos, namorados. Acredito que todos os personagens têm histórias próprias e resolvi também fazer diferente dando um desfecho bom para eles, inclusive aos vilões. Todos terão a chance de mudar de vida e encontrar seu próprio caminho.

 

Quanto Mais Vida, Melhor!” - Globo - estreia segunda, dia 22 de novembro, às 19h20.

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