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Caderno B Sexta-feira, 13 de Julho de 2018, 00:00 - A | A

13 de Julho de 2018, 00h:00 - A | A

Caderno B /

Fuso horário



por Geraldo Bessa
TV Press

André Rizek é um veterano de 43 anos. Com uma extensa carreira, o jornalista e apresentador do SporTV participa da cobertura de sua quinta Copa do Mundo. Diretamente da Rússia, sede do Mundial, ele e Marcelo Barreto apresentam, ao vivo, o “Seleção Copa”. O fuso horário é um problema, já que o país europeu está seis horas à frente do Brasil. “Não dá nem para reclamar porque estar nessa posição é a coisa mais legal e sagrada que pode existir na minha profissão”, comenta Rizek, que entra no ar às 2h da manhã do horário local. Diariamente o programa, que estreou no último domingo, conta com dois convidados especiais para debater os jogos do dia e os últimos acontecimentos na mais importante competição de futebol. “Eu trato com solenidade cada momento de uma Copa do Mundo”, afirma.
Natural de São Paulo, Rizek começou sua carreira como repórter. Em 2005, ganhou reconhecimento nacional por denunciar, na revista “Veja”, a chamada Máfia do Apito – um conluio entre um grupo de empresários e um árbitro, que manipulavam resultados de jogos. “Foi um marco na minha carreira e no futebol brasileiro”, lembra. A partir desta matéria, sua trajetória enveredou de vez para o lado dos esportes. Para ele, estar à frente de uma cobertura desse tipo é uma responsabilidade imensa. Por isso, ele não deixa a experiência traga conforto. “Ainda me dá um frio na barriga. O problema acontece quando o cara começa se achar e esquece de fazer o trabalho de formiguinha. Quero acreditar que estou longe desse estágio”, finaliza.
P – Como é a sua rotina nesta temporada na Rússia?
R – Está sendo uma loucura! Estamos no ar todos os dias às 20h de Brasília, mas aqui são 2h da manhã. Então estamos no fuso local e no fuso do Brasil. Durante o dia, assisto aos jogos e preparo o programa. De madrugada, estou no ar. É puxado, sempre é. Também foi assim na África do Sul, em 2010. Mas é também espetacular e a melhor coisa do mundo para mim. 
P – Você se preparou de alguma maneira especial para estar aí?
R – Na verdade, não fiz nada específico ou que fosse muito diferente do meu dia a dia. Eu naturalmente acompanho as principais seleções. Mas procurei entender melhor o país e o evento e venho lendo muito sobre eles. Assim consigo me preparar para analisar o que está acontecendo, e não procurar fatos para justificar teses previamente construídas. Essa Copa tem umas oito seleções com chances reais de título. Conhecê-las bem é o básico. 
P – Com uma rotina de trabalho tão puxada, dá tempo para ser turista?
R – Mais ou menos. Para quem trabalha, é como viver em uma bolha. A gente viajou para a Copa e não necessariamente para a Rússia. É engraçado porque a gente vive os jogos e não as cidades. Tenho muita vontade de misturar essa bolha com o país. Não vejo a hora de caminhar um pouco pelas ruas, conversar com as pessoas, entender um pouco melhor onde estamos.
P – Com o crescimento da internet, é muito comum que pessoas em posições de destaque tenham “haters”. Como você lida com isso?
R – Tento não dar importância e até me divirto com eles. Acho que a paixão ali são os times, as seleções. E não eu. Tento não me dar essa importância. 
P – O que você lembra da sua primeira cobertura de Copa do Mundo?
R – Em 1998 fiquei chocado com a história do Ronaldo na final e, ainda inexperiente, travei. Não consegui produzir nada relevante, lembro disso muito bem. Mas também lembro de chorar no estádio vendo Dinamarca e Marrocos, em Montpellier, na França. Parece um jogo fraco, mas quem acha isso não sabe o que é um Mundial para gente como eu.

“Seleção Copa” – SporTV– diariamente, às 20h.

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