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Política Segunda-feira, 06 de Outubro de 2025, 14:20 - A | A

06 de Outubro de 2025, 14h:20 - A | A

Política / Nova Bandeirantes

“A frota de maquinários estava despedaçada”

Prefeito de Nova Bandeirantes, Rogério de Souza, afirma que teve que recuperar o parque de maquinários e parcelar dívidas para não ter bloqueio de recursos



José Vieira
Mato Grosso do Norte

O prefeito de Nova Bandeirantes, Rogério de Souza (Republicanos) em entrevista exclusiva ao jornal Mato Grosso do Norte, na quarta-feira, 1º, em seu gabinete na Prefeitura, fez um balanço dos 9 meses de mandato. Segundo ele, a Prefeitura estava endividada, sem algumas certidões e uma frota de maquinário “despedaçada”.
“Recebemos com dívidas, de restos a pagar e até mesmo o Aplic [Plataforma online de prestação de contas], a gestão anterior demorou 6 meses para fazer o último”, disse.
Maquinários - Os maquinários estavam, segundo Rogério, “despedaçados”. Em contrapartida, a cidade repleta de buracos. Ele observa que os asfaltos existentes são velhos e nas primeiras chuvas se enchem de buracos. Como o ex-prefeito perdeu a eleição, não se preocupou em fazer a recuperação.
“As máquinas estavam destruídas e gastamos mais de R$ 3 milhões para recuperar. As ruas estavam um caos. E as estradas de Nova Bandeirantes, que tem um histórico de dificuldades, estavam muito ruins”, diz.
De acordo com ele, a realidade do município deveria ser outra. Isto por que a gestão passada recebeu muito recurso e muitas máquinas. Apesar disto, não fez um trabalho de padrão nas estradas municipais.
“Fazia somente o paliativo. Não se preocupava em fazer 50 quilômetros bem feitos e padronizados. E todo os anos, no período de chuvas, não tinha estrada em boas condições de tráfego para a população”, aponta o prefeito.
Rogério disse que as máquinas que a prefeitura recebeu no final de 2020, 2021, 2022 e 2023, quando ele assumiu estavam todas com problemas.

“Não estou criticando, mas falando dos fatos. O maior problema da ex-gestão é que só colocava aprendiz para trabalhar nas máquinas. E estas pessoas destruíam as máquinas e não faziam o serviço. Queriam pagar pouco. Hoje, pagamos um salário justo para o bom operador, mas nossas máquinas estão produzindo e estamos economizando”, enfatiza.

Atualmente, as máquinas foram todas recuperadas e estão trabalhando. Ao todo, a prefeitura tem 30 máquinas trabalhando entre patrolas, retroescavadeiras, pá carregadeiras e caminhões.
“Quando assumi tinha somente uma máquina em condições de trabalho. Teve máquina que recuperamos que estava jogada faziam 5 anos. E uma moto niveladora Caterpillar 120-G articulada. Retroescavadeiras, tinham três no toco e arrumamos todas. O município tem 4 escavadeiras hidráulicas, mas só uma estava rodando. As outras três estavam no toco”, relata.

Desafios – Rogério reconhece que há um grande desafio a ser superado, mas está enfrentando com planejamento e muita determinação.
Nova Bandeirantes tem mais de 3 mil e 600 quilômetros de malha viária. Mas, segundo o prefeito, os serviços nas estradas estão sendo feitos de forma padronizada, retirando as águas, cascalhando as principais vias e os resultados estão sendo surpreendentes.
Apesar desta grande extensão, o prefeito tem como objetivo e meta, dentro do mandato, de deixar todos os pontos críticos das estradas, pelo menos cascalhados. No seu Plano de Governo, tinha meta de transformar por ano, 25 pequenas pontes de madeira em bueiro de concreto ou PVC. Entretanto, somente nestes 9 meses de mandato, afirma que foram substituídas 81 pontes. E irá fechar 2025 com a meta dos 4 anos cumpridas.
“Não esperava que faria tanto como fizemos nestes 9 meses de mandato. Isto, sem contar pontes que fizemos com madeira boa e resistente. Somente em uma estrada que emancipamos, de 90 quilômetros, colocamos 9 bueiros de PVC e 92 bueiros de madeira”, enumera.

 Teve máquina que recuperamos que estava jogada faziam 5 anos.  Retroescavadeiras, tinham três no toco e arrumamos todas. O município tem 4 escavadeiras hidráulicas, mas só uma estava rodando

“Se melhorar as estradas também melhora a qualidade do Transporte Escolar, os ônibus vão quebrar menos e os alunos vão ficar mais tempo na sala de aula”, analisa.
A equipe da Infraestrutura, conforme ele, está trabalhando de domingo a domingo. “Fiz um acordo e a Prefeitura não paga hora extra. Pagamos um salário melhor. Os colaboradores trabalham das 6h da manhã, algumas vezes até às 20h quando tem que terminar um serviço. E nos finais de semana pago uma diária de R$ 200,00”, acentua.
A Prefeitura paga um salário de R$ 7 mil para os operadores. Ele observa que com isto, o bom operador tem interesse em trabalhar para o município e tem produtividade. “Se pagar R$ salário de R$ 3 mil, somente aprendizes vão ter interesse. Mas depois que apreendem vão trabalhar nos garimpos, que pagam R$ 10 mil. Por isto, estruturamos o salário para atrair pessoas competentes”, justifica.
Dívidas - De acordo com Rogério, a Prefeitura tinha um volume de dívida de restos a pagar a fornecedores, de mais de R$ 2 milhões.
“Falavam que ficou dinheiro em conta, mas o dinheiro que ficou foi vinculado, de convênios. E não dinheiro da conta da Fonte sem, que não é vinculado e pode ser usado para pagar fornecedores", esclarece.
Certidões - O prefeito assegura que assumiu com a prefeitura sem a Certidão da Receita Federal há 2 anos. O motivo, segundo ele, é que a Prefeitura deve para o INSS e que caso não tivesse negociado, a dívida estaria na ordem de R$ 13 milhões.
“A gestão passada ficou mais de 2 anos sem certidão. Fizemos uma negociação com parcela de R$ 9 mil e estamos aptos para receber qualquer recurso Federal. Sem certidão não se recebe recursos federais e corre-se o risco de, a qualquer momento, o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) ser bloqueado. Não poderíamos deixar isto acontecer, porque a Prefeitura depende do FPM. E sem ele, iria engessar a gestão e quebrar o município”, observa.
Obras inacabadas- Há 12 anos, conforme Rogério, havia uma obra de esgoto inacabada em Nova Bandeirantes. O investimento era de pouco mais de R$ 6 milhões. Porém, o ex-prefeito fez um aditivo de mais de R$ 1 milhão, aumentou 80 ligações, mas não pagou uma contrapartida existente de R$ 921 mil.
“Ele não pagou a contrapartida e nem o aditivo e a obra ficou parada novamente. O último prazo era 30 de junho para o município dar o start ou teria que devolver o dinheiro corrigido para a Funasa. O valor da devolução chegaria a R$ 20 milhões. E para evitar bloqueio, negociamos com a empreiteira, com a Funasa e agora estamos finalizando a obra”, disse.
Ele também cita uma creche iniciada há 12 anos. A Prefeitura não pagou um aditivo e a dívida com a empreiteira é de R$ 1,5 milhão. A obra estava paralisada.
“Renegociei, parcelamos a dívida e está praticamente terminado a creche. Mas para inaugurar, vamos ter que trocar o telhado, que, apodreceu depois de tanto tempo”, comemora.
Segundo Rogério, o município tinha um déficit de 98 crianças na fila a espera por vagas na Educação Infantil. “Reativamos uma escola que tinha sido desativada e zeramos a fila dos 3 anos e abrimos vagas para as crianças de 2 anos”, comemora.
Novo Hospital - Rogério assegura que assumiu a Prefeitura com a obra do novo hospital parada e sem recurso para continuar. E afirma que conseguiu junto ao governo Estadual R$ 1,8 milhões, através de uma emenda do deputado Dilmar Dal Bosco, a obra foi retomada e caminha para o final. Ele afirma que irá terminar tudo que foi começado no passado.
Câmara Municipal - O prefeito observa que tem um ótimo relacionamento com a Câmara Municipal.
“Todos os projetos em 9 meses, não teve um voto contrário. Os vereadores estão cem por cento com a gente. E estamos trabalhando em conjunto por Nova Bandeirantes. Entre recursos de emendas do governo federal e estadual, vamos fechar este ano com mais de R$ 50 milhões em investimentos. E isto é resultado do trabalho em parceria com os vereadores”, destaca Rogério.

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