Assessoria/ PR
Ao discursar diante de chefes de Estado, líderes e representantes de dezenas de nações na abertura da Cúpula dos Líderes da COP30, em Belém, nesta quinta (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a conferência realizada pela primeira vez num país amazônico pretende inaugurar um novo paradigma em relação ao enfrentamento da mudança do clima. Para ele, a ciência deve ser o principal guia das decisões e é chegado o momento de as lideranças deixarem claro que estão prontas para o desafio posto.
“Estou convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos”, disse.
“Esta Cúpula de Líderes é uma inovação que trazemos ao universo das COPs. As convergências já são conhecidas. Nosso objetivo será enfrentar as divergências. Provamos que a mobilização coletiva gera resultados. Por isso, a COP30 será a COP da verdade. É o momento de levar a sério os alertas da ciência. É hora de encarar a realidade e decidir se teremos ou não a coragem e a determinação necessárias para transformá-la”, afirmou, durante o evento que antecede a conferência do clima da ONU, que tem início na próxima segunda-feira, dia 10.
Para Lula, a agenda climática deve ocupar lugar central nas discussões em todos os níveis do cenário internacional. “Deve estar no centro das decisões de cada governo, de cada empresa, de cada pessoa. A participação da sociedade civil e o engajamento de governos subnacionais será crucial. Acelerar a transição energética e proteger a natureza são as duas maneiras mais efetivas de conter o aquecimento global”, afirmou.
O caminho, segundo o presidente, exige superação de dificuldades e contradições em nome de um bem comum. “Estou convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos”, prosseguiu Lula.
DESCOMPASSOS – Na opinião do presidente, o avanço na agenda climática passa pela superação de dois descompassos: a desconexão entre os salões diplomáticos e o mundo real e o descasamento entre o contexto geopolítico e a urgência climática.
“Forças extremistas fabricam inverdades para obter ganhos eleitorais e aprisionar as gerações futuras a um modelo ultrapassado que perpetua disparidades sociais e econômicas e degradação ambiental. Rivalidades estratégicas e conflitos armados desviam a atenção e drenam os recursos que deveriam ser canalizados para o enfrentamento do aquecimento global. Enquanto isso, a janela de oportunidade que temos para agir está se fechando rapidamente”, disse Lula.
DESIGUALDADES – Em outro ponto, o presidente enfatizou que não é possível triunfar na agenda climática sem combater desigualdades sociais. “A justiça climática é aliada do combate à fome e à pobreza, da luta contra o racismo, da igualdade de gênero e da promoção de uma governança global mais representativa e inclusiva”.
MULTILATERALISMO – O líder brasileiro reforçou ainda a posição em defesa do multilateralismo, ao colocar a cooperação internacional como elemento indispensável do combate à mudança do clima.
“O ano de 2025 é um marco para o multilateralismo. Celebramos os oitenta anos da fundação da Organização das Nações Unidas e os dez anos da adoção do Acordo de Paris. A força do Acordo de Paris reside no respeito ao protagonismo de cada país na definição de suas próprias metas, à luz de suas capacidades nacionais. O regime climático não está imune à lógica de soma zero que tem prevalecido na ordem internacional”, alertou.







