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Política Quinta-feira, 22 de Junho de 2017, 00:00 - A | A

22 de Junho de 2017, 00h:00 - A | A

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Lideranças o PSB prometem ignorar o comando de Valtenir



A antiga cúpula do PSB de Mato Grosso, composta pela bancada de deputados e aliados do ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes, decidiu ignorar o novo presidente da sigla, Valtenir Pereira. Irritados com a imposição da direção nacional, que na semana passada filiou o deputado federal Valtenir e o nomeou presidente do PSB no estado, eles prometem desobedecer eventuais orientações para que façam oposição ao governador Pedro Taques (PSDB).

“Ele pode dar a orientação que ele quiser, que eu não vou obedecer”, afirmou o deputado estadual Oscar Bezerra. “Se ele fosse presidente de um diretório eleito, ele poderia até ter legitimidade para impor as ideias dele. Mas é uma comissão provisória imposta de cima para baixo, sem legitimidade nenhuma”, argumentou.

O deputado estadual Mauro Savi é outro que se recusa a receber ordens do novo presidente. Ele classificou a troca de comando como “covardia da direção nacional” e de Valtenir. “Não vou respeitar ele, não”, avisou. “Ele que me expulse. Não quero conversa com ele”, completou.

Savi lembrou que apoiou a primeira eleição de Valtenir a deputado federal, em 2006, e se disse arrependido. “Da minha parte, vou fazer tudo para minha base não chegar perto dele.”

Diante da atitude de novo dirigente, que depois de uma semana não se reuniu com ninguém da antiga executiva, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, interpretou que ele prefere se manter isolado. “Eu acho que o Valtenir nem nos quer, tanto que ele não procurou ninguém”, observou. Segundo Botelho, Valtenir conversou com alguns prefeitos, mas ignorou a bancada de deputados. Ele destacou que o convidou para uma reunião, mas não foi atendido.

“Eu esperava que ele viesse para tentar uma conversa, mas parece que ele não está vindo para isso, e sim para criar problema. Um cara que já esteve em vários partidos, é acostumado a fazer isso. Essas lambanças ele vem fazendo há muito tempo”, criticou Botelho.

Valtenir iniciou a carreira política no PT, onde se elegeu vereador por Cuiabá, e depois se filiou ao PSB. Ele se desfiliou em 2013, em meio a brigas com o grupo de Mauro Mendes, que o tachava de centralizador, e esvaziou o partido, levando para o novato PROS 11 dos 12 prefeitos.

De lá para cá, ele passou por outro partido recém-criado, o Partido da Mulher Brasileira (PMB), e depois desembarcou no PMDB, onde permaneceu até a semana passada. 

O ex-presidente do PSB e deputado federal Fábio Garcia, destituído em maio por desobedecer à orientação partidária e votar a favor da reforma trabalhista, decidiu levar o caso à Justiça Eleitoral, sob o argumento de que Valtenir votou da mesma forma. Ele pretende conseguir na Justiça a destituição de Valtenir do comando do partido.

A estratégia da antiga cúpula mato-grossense inclui também interferir na eleição do diretório nacional, apoiando a candidatura a presidente do vice-governador de São Paulo, Márcio França, contra a reeleição do atual presidente, Carlos Siqueira, que promoveu a mudança na direção estadual. “Márcio França é nosso candidato e, se ele ganhar, tem o compromisso de fazer esse realinhamento nos Estados”, contou Botelho.

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