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Política Quarta-feira, 09 de Maio de 2018, 00:00 - A | A

09 de Maio de 2018, 00h:00 - A | A

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OPERA



Arthur Santos da Silva, repórter do GD

 

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aguarda notificação para votar a manutenção da prisão do deputado Mauro Savi (DEM), decretada nesta quarta-feira (09) durante a segunda fase da Operação Bereré, denominada “Bônus”. Caso ocorra, o destino do político será decidido por colegas também investigados.

Os deputados Eduardo Botelho (DEM), Wilson Santos (PSDB), Baiano Filho (PSDB), Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), Romoaldo Júnior (MDB) e José Domingos Fraga (PSD) são investigados no mesmo caso por desvios de recursos no Departamento Estadual de Trânsito.

Segundo informado pelo consultor técnico da Mesa Diretora, Xisto Bueno, a votação também deve passar pela comissão de ética e somente depois será levada ao plenário, em rito sigiloso (votos não identificados).

Como a comissão de ética de 2018 ainda não foi definida, deputados que a integravam em 2017 devem responder pelo caso. São eles Leonardo (SD), Saturnino Masson (PSDB), Adriano Sillva  (DEM), Wancley (PV) e Alan Kardec (PDT).

A votação na assembleia respeita extensão de norma presente no artigo 53 da Constituição Federal.

O dispositivo constitucional diz que os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos desde a expedição do diploma, salvo em flagrante de crime inafiançável e, nesses casos, a prisão deve ser submetida, no prazo de 24h, à casa respectiva. Além disso, prevê a possibilidade de a casa legislativa sustar o andamento de ação penal aberta contra parlamentar.

A reportagem tentou entrar em contato com o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, mas as ligações não foram atendidas.

De acordo com as investigações, Savi seria o responsável pelas indicações políticas no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) durante o governo Silval Barbosa. Ele seria um dos principais beneficiados no esquema de propina na autarquia.

A segunda fase da “Operação Bererê”, denominada “Bônus”, foi desencadeada nesta quarta-feira (09) após as delações premiadas dos empresários José Henrique Gonçalves e José Ferreira Gonçalves Neto, donos da EIG Mercados (antiga FDL), empresa suspeita de fraudar contrato com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

A empresa é acusada de desviar, entre 2009 e 2014, cerca de R$ 27,7 milhões que teriam sido distribuídos como propina a diversos agentes públicos, entre eles deputados estaduais.

A primeira fase Operação Bereré, deflagrada em fevereiro, resultou no bloqueio de mais de R$ 27 milhões das contas de 17 pessoas e empresas acusadas de participação no esquema.

Os deputados estaduais Eduardo Botelho (DEM), Mauro Savi (DEM), Wilson Santos (PSDB), Baiano Filho (PSDB), Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), Romoaldo Júnior (MDB) e José Domingos Fraga (PSD) são investigados.

A segunda fase, desencadeada com base nas delações, resultou na prisão de Mauro Savi, que também foi afastado do Parlamento Estadual, do ex-chefe da Casa Civil, Paulo César Zamar Taques e dos empresários Roque Anildo Reinheimer e Claudemir Pereira dos Santos, vulgo “Grilo”.

Segundo informado pelo próprio Ministério Público, a operação Bônus é resultado da análise dos documentos apreendidos na primeira fase da Bereré, dos depoimentos prestados no inquérito policial e colaborações premiadas. Tem como objetivo desmantelar organização criminosa instalada dentro do Detran para desvio de recursos públicos.

Participaram da operação “Bônus” o Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO) Criminal e o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO). Foram expedidos, pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso, 06 mandados de prisão preventiva e 05 de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo e Brasília. As ordens partiram do desembargador José Zuquim Nogueira. (Ilustração mídia News)

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