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Política Quinta-feira, 16 de Fevereiro de 2017, 00:00 - A | A

16 de Fevereiro de 2017, 00h:00 - A | A

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O ex-secretário de Estado de Administração, César Zilio, tinha a responsabilidade de receber uma propina mensal de R$ 80 mil do empresário Juliano Volpato, um dos proprietários da Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática, uma das empresas que administrava os cartões de ticket combustível do Estado.

O “mensalinho”, conforme descrito pelo Ministério Público Estadual (MPE), inicialmente correspondia a R$ 70 mil. Posteriormente, foi reajustado para R$ 80 mil e assim contemplar a cúpula do Palácio Paiaguás na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). A quantia era exigida para a empresa manter em vigência o contrato com o governo do Estado.

 

A entrega do dinheiro era feito na própria residência do ex-secretário César Zílio e também em um escritório de contabilidade e até mesmo na sede da Secretaria de Estado de Administração (SAD).

O valor da propina se dividia em R$ 30 mil ao ex-governador Silval Barbosa e R$ 16 mil ao seu ex-chefe de gabinete, Silvio César Correa de Araújo, e outros R$ 16 mil ao ex-secretário César Zilio.

Ainda havia uma quantia de R$ 8 mil que César Zilio declarou ao empresário Juliano Volpato que seria entregue aos “guachebas”, mas na verdade o dinheiro se destinava ao empresário Edézio Correa, sócio de Volpato na empresa Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática Ltda.

Em depoimento a Delegacia Fazendária, Volpato não sabia que parte da propina estava sendo direcionada ao seu próprio sócio, pois tomou conhecimento disso somente após contribuir com as investigações ao firmar termo de colaboração premiada com o Ministério Público Estadual (MPE).

Os valores pagos eram retirados dos caixas dos postos de gasolina administrados por Juliano Volpato, inclusive em certa ocasião, o empresário revelou que foi alvo de ironias do ex-secretário de que estaria assaltando Igrejas para ter bastante dinheiro trocado.

O ex-governador Silval Barbosa recebia o dinheiro da propina em seu gabinete ou em um dos banheiros do Palácio Paiaguás.

Em janeiro de 2013, o advogado Francisco Faiad assumiu a Secretaria de Administração e avisou aos empresários que fosse mantida a propina mensal, desta vez em R$ 80 mil, e que o dinheiro fosse entregue diretamente a César Zilio.

A partir daí, houve uma nova divisão dos valores da propina. O ex-governador Silval Barbosa recebia R$ 40 mil, Francisco Faiad e César Zilio recebiam R$ 16 mil cada e R$ 8 mil destinado ao empresário Juliano Volpato.

Posteriormente, assumiu a Secretaria de Administração o advogado Pedro Elias, que convocou Juliano Volpato ao seu gabinete exigiu que fosse direcionado a si a quantia de R$ 80 mil em propina. (Rafael Costa, repórter do GD)

 

 

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