Durante a Audiência Pública que a Câmara Municipal realizou na manhã de quinta-feira (30) para discutir os serviços prestados pela Energisa em Alta Floresta e região, os vereadores cobraram da concessionária melhorias na prestação do serviço.
O vereador Chicão Motocross relatou prejuízos causados por quedas de energia, inclusive durante atendimentos da unidade móvel do Hospital de Amor de Barretos. “Uma paciente não pode ser atendida porque os aparelhos não suportaram a instabilidade elétrica”, contou.
Em sua fala, Douglas Teixeira destacou os prejuízos financeiros e materiais que os consumidores vêm enfrentando e cobrou ações mais firmes dos órgãos competentes. “Queremos um serviço de qualidade e mais justo. A Energisa precisa cumprir seu papel com eficiência”, pontuou.
O vereador Marcos Menin relatou informações obtidas em reunião na Assembleia Legislativa, onde parlamentares estaduais e federais destacaram o grande lucro da Energisa em contraste com o baixo investimento em Mato Grosso. “As leis estão favorecendo mais a Energisa do que quem realmente produz e sustenta o município”, criticou ao incentivar os consumidores a registrarem queixas e buscarem ressarcimentos por danos.
A vereadora Elisa Gomes reforçou que as reclamações sobre a Energisa são recorrentes em todo o Estado e defendeu a criação de uma CPI, conforme sugerido pelo promotor de Justiça Danilo Cardoso Lima ou comissão local para acompanhar o tema. “A empresa teve mais de um bilhão de reais de lucro em Mato Grosso, e queremos que esse lucro seja investido na melhoria do serviço”, afirmou.
Elisa sugeriu ainda que a AGER instale um escritório em Alta Floresta, para facilitar o atendimento à população e agilizar o registro das queixas.
O vereador Naldo da Pista descreveu a situação crítica enfrentada por comunidades rurais, como as linhas da Fazenda Estrela, Vale do Apiacás e Jacamim, onde as quedas de energia são constantes. “A demora no atendimento faz com que produtores tentem resolver sozinhos, o que já causou acidentes fatais”, alertou.
Naldo também destacou a importância de registrar protocolos de falta de energia e danos elétricos e divulgou o contato da AGER (agência fiscalizadora) para que consumidores formalizem reclamações.
Para o vereador Professor Nilson, o problema da energia em Mato Grosso é estrutural e precisa ser tratado com seriedade pelos órgãos federais. “Não se pode falar em qualidade de vida ou desenvolvimento sem energia eficiente e estável”, afirmou.
O vereador Adelson Servidor disse que por serem representantes da população os vereadores têm recebido muitas reclamações e enfatizou que a audiência pública tem o papel de demonstrar que apesar de ter colaboradores competentes, a Energisa não está prestando um serviço de qualidade.
“É uma audiência bastante produtiva no sentido de apontar e demonstrar que a Energisa não está trazendo serviço de qualidade. Temos profissionais capacitados para resolver, mas com quantidade mínima para dar conta da demanda. Temos, sim, que abraçar essa causa. Nós, como representantes do povo estamos aqui para lutar, abraçar as ideias e correr atrás”, disse.
O vereador Tuti foi enfático ao afirmar que a Energisa não dispõe de estrutura suficiente para atender a cidade e a zona rural. “Com duas ou três equipes, não há como suprir a demanda de um município de quase 80 mil habitantes”, disse ao defender uma ação civil pública.
A Audiência Pública contou com a presença do promotor de Justiça Danilo Cardoso Lima, do representante da Energisa, Romério Braz, e de outras autoridades locais.
O evento reforçou o papel fiscalizador da Câmara Municipal e consolidou o compromisso dos vereadores em continuar cobrando soluções efetivas para os problemas enfrentados pela população alta-florestense com o fornecimento de energia elétrica.






