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Variedades Sexta-feira, 10 de Agosto de 2018, 00:00 - A | A

10 de Agosto de 2018, 00h:00 - A | A

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Chave virada

Carta Z - foto: : divulgação/TV Globo



por Luana Borges
TV Press

Os olhos verdes e o rosto delicado são da Tammy Di Calafiori o “physique du rôle” de mocinha. E foi justamente esse perfil de personagem que ela interpretou com mais frequência ao longo de sua carreira na televisão. Pelo menos, até a chegada da amarga Fani, de “Orgulho e Paixão”, a primeira vilã de seu currículo. Acostumada com o papel de boa moça, que exerceu em tramas como “Alma Gêmea”, “Ciranda de Pedra” e “Passione”, Tammy tem consciência das dificuldades em dar vida a heroínas. Mas confessa que não via a hora de extravasar um lado que o público ainda não tinha conhecido. Por isso, a oportunidade de encarnar uma mulher com motivações obscuras como sua atual personagem foi vista com empolgação. “Eu queria fazer uma vilã, era um desejo ardente meu porque queria trazer novas vertentes minhas à tona. Fiquei feliz demais quando soube”, conta.
Na história escrita por Marcos Bernstein, Fani é governanta da mansão do parque e passou boa parte do tempo em busca de vingança contra a família Tibúrcio. Com o desenrolar dos capítulos, as razões para tanta amargura da personagem foram reveladas. O que acabou dividindo a torcida do público. Até então, era mais comum as pessoas sentirem raiva de Fani. Mas agora Tammy percebe que há quem queira que a jovem se acerte de vez com Edmundo, interpretado por Nando Rodrigues, de quem foi separada por uma armação do pai do rapaz no passado. “O público está descobrindo por que a personagem é rancorosa, então há torcida para ela voltar para o Edmundo e há torcida para ela sofrer e ficar sozinha. Acho importante o retorno do público, uma vez que trabalhamos para ele”, avalia.
Foi depois de passar por um teste que Tammy recebeu a notícia de que havia sido escolhida para interpretar Fani. Acertada sua personagem, a atriz percebeu que precisaria estudar bastante para viver a primeira vilã de sua carreira. Além de contar com o apoio da equipe e da direção da novela, a atriz teve aulas de etiqueta e se aprofundou no universo de Jane Austen, escritora inglesa cuja obra inspirou a trama de “Orgulho e Paixão”. Alguns filmes também a ajudaram a acumular referências para a composição de Fani. Entre eles “Mansfield Park”, “Vestígios do Dia”, “Albert Nobbs”, “O Piano” e “Casa dos Espíritos”. “Embarcar em uma vilã densa, amarga e cheia de rancor exige muito estudo e intensa preparação. Foi um desafio grande, mas que me trouxe muito aprendizado”, salienta.
Interpretar uma vilã, aliás, pode até ser novidade para Tammy. Mas ela jura que, apesar de desejar uma personagem como a Fani de “Orgulho e Paixão” há algum tempo, nunca se preocupou em ter sua imagem constantemente associada a mocinhas. Na verdade, a atriz prefere encarar cada papel que surge como único em sua trajetória. “Sempre me entreguei de corpo e alma a todos os personagens que interpretei. Agradeço por todas as oportunidades porque elas somam e me tornam a atriz que sou hoje”, orgulha-se. A atual novela das seis também marca o retorno de Tammy aos estúdios da Globo, na qual estreou em 2005, na pele da doce Nina de “Alma Gêmea”. O último trabalho da atriz na emissora foi uma participação em “Haja Coração”, de 2016, depois ela atuou na Record. “Não era um plano voltar, apenas aconteceu e fiquei feliz, principalmente por rever grandes amigos. A novela é linda e estou emocionada com a Fani e com toda história que estamos contando”, elogia.

“Orgulho e Paixão” – Globo – De segunda a sábado, às 18h15.

De olho no trabalho

Quando se trata de trabalho, Tammy Di Calafiori é do tipo inquieta. Basta observar a trajetória profissional diversa que a atriz tem traçado. Depois de se dedicar por um tempo às produções da Globo, ela resolveu se envolver um projeto completamente diferente do que estava acostumada até então: ser apresentadora do Fox Sports Brasil, em 2012. “Foi demais, uma experiência incrível e cheia de aprendizados”, lembra. Depois, conheceu a linguagem bíblica das tramas da Record. Na emissora, participou de “Milagres de Jesus”, “Os Dez Mandamentos” e “O Rico e Lázaro”. “Embarcar em épocas tão longínquas é bacana e enriquece você como ator”, avalia.
As séries também são um gênero presente na carreira da Tammy. Aos 29 anos, a atriz já participou de “As Canalhas”, do GNT, “Fora de Controle”, da Fox, e “Magnífica 70”, da HBO. E enxerga com bons olhos o momento atual de produção no Brasil. “As séries passam por um grande processo de crescimento e isso é ótimo. É uma linguagem ‘fresh’, nova, dinâmica, o que é um facilitador”, ressalta.

 

Instantâneas

# Em “Ciranda de Pedra”, de 2008, Tammy Di Calafiori interpretou sua primeira protagonista de novela.

# Quando termina de gravar suas cenas como Fani, em “Orgulho e Paixão”, a atriz gosta de fazer exercícios de respiração no camarim antes de voltar para casa.

# Na adolescência, Tammy já havia lido “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen, mas releu para a novela.

# A atriz trabalhou como voluntária em um acampamento de refugiados na Grécia e em um orfanato no Vietnã.

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