por Geraldo Bessa
TV Press
A música é o ingrediente principal da vida de Daniela Mercury. Sempre voraz por novidades e por uma troca de conhecimentos na área, a cantora viu no convite para integrar o júri do "Superstar" uma forma diferente de expressar sua própria musicalidade. "As escolhas no programa refletem como anda o nosso ouvido. Estou aberta a todo os tipos de surpresas. Como uma pesquisadora de música, me interessa muito conhecer novas bandas, estar perto dessa turma que está produzindo arte, mas que nem sempre tem a chance de divulgar o seu trabalho", ressalta.
A nova experiência vem empolgando a cantora baiana. Além do forte apelo nas redes sociais, Daniela acredita que esse tipo de exposição possa fazer com que o público conheça a artista além do palco. "Minhas impressões e críticas revelam muito mais de mim do que uma entrevista", conta. Aos 50 anos, Daniela parece mesmo estar vivendo um bom momento na carreira. Além da participação no programa e de estar com álbum novo na praça, ela também comemora os 25 anos de "O Canto da Cidade", seu primeiro álbum solo e responsável pela explosão inicial de sua carreira. "Olho sempre para frente. Mas é sempre bom lembrar das coisas boas que a gente faz. Sinto muito orgulho da minha carreira e é por conta de tudo o que vivi que tenho a segurança de julgar no 'Superstar'", garante.
P – Sua postura como jurada do "Superstar" é marcada pela inquietação e também por uma certa passionalidade. Você sofre por ter de julgar o trabalho alheio?
R – Bastante. Mas não é um sofrimento ruim. Estou naquela cadeira em respeito à música brasileira. É um programa vivo e com muitas informações musicais. Minha cabeça e meu corpo respondem a cada novo participante de forma totalmente diferente. Nada do que está ali é ensaiado ou roteirizado. Se levanto e canto, é porque sou assim mesmo. Se estivesse em casa, faria o mesmo.
P – O tempo para aprovar ou não uma banda é muito curto. Já se arrependeu de algum julgamento e sofreu por não poder voltar atrás?
R – É engraçado... O programa acaba e continuo pensando nas músicas. A gente sabe da responsabilidade de estar no estúdio e que cada voto conta muito para as bandas que estão participando. Não se pode brincar com isso. Então, qualquer "sim" ou "não" é dificílimo. Estou agindo com a cabeça e o coração, até agora isso tem me deixado em paz.
P – O "Superstar" agora é exibido nas tardes de domingo e tem grande repercussão nas redes sociais. Como você encara essa exposição?
R – Uma coisa é você participar de um programa de televisão, dar o seu recado e ir embora. Outra é ficar e julgar. A resposta é muito positiva, mas também já fui extremamente criticada. Isso é normal. Eu, Sandy e Paulo Ricardo criticamos as bandas. O público, além de votar, também nos julga. Isso é natural e previsto. Não vou deixar de ser como sou para agradar a algumas pessoas que só sabem reclamar. Felizmente, o carinho que ando recebendo é enorme.
P – Durante as chamadas do programa, você se apresentou como a "Rainha Má" desta temporada. Acha que está fazendo jus à alcunha?
R – (Risos). Essa "Rainha Má" não é totalmente do mal. Na verdade, foi uma brincadeira com o alter ego que criei para o meu último álbum, "Vinil Virtual". Tudo isso passa por uma grande ironia. Estou no palco para julgar do jeito que eu gostaria de ser julgada. E tenho uma certa experiência para estar ali.
P – Até onde você teve de se afastar da carreira musical para estar no "Superstar"?
R – Tenho muita curiosidade sobre músicas novas e a atual geração de artistas. O que faço no "Superstar" é "laboratório" para a minha carreira. E não me afasta, mas me aproxima da música. Eu adorei o convite e o achei irrecusável. Era telespectadora do programa e fiquei muito feliz de ter sido lembrada para o júri. É claro que tive de adiar alguns planos, mas nada que tirasse a minha felicidade em estar no programa. Nos outros dias, estou viajando com dois shows e divulgando o álbum novo. A vida está ótima na adorável correria de sempre.
"Superstar" – Globo – Domingos, às 13 horas.