Carta Z
Luana Borges
TV Press
A versatilidade cênica é uma das principais características de Cláudia Abreu. Basta observar alguns de seus trabalhos ao longo de mais de 30 anos de carreira na tevê. A atriz consegue "passear" tranquilamente do drama à comédia em personagens como a Clara, de "Barriga de Aluguel", a Laura de "Celebridade" e nas divertidas Chayene, de "Cheias de Charme", e Pamela de "Geração Brasil". Justamente por ter feito tipos cômicos nas duas últimas novelas, ela achou que seria interessante voltar ao ar na pele de um papel mais naturalista e simples como a Helô, de "A Lei do Amor". "Achei bom ser uma personagem limpa, com a simplicidade como ponto central. Em relação às últimas, Helô é totalmente diferente. Até por isso eu quis fazer", conta.
A história escrita por Vincent Villari e Maria Adelaide Amaral começou com o grande amor entre Helô e Pedro, que no início foram interpretados por Isabelle Drummond e Chay Suede. Os dois acabaram separados por conta de uma armação, mas se reencontram depois de adultos, quando os personagens são defendidos por Claudia e Reynaldo Gianecchini. "Apesar de Helô ter se casado com Tião por necessidade, ela manteve dentro dela o amor pelo Pedro. Depois que ela descobre o que aconteceu, é muito mais fácil voltar a esse passado porque ficou imaculado, ninguém teve nenhum problema com ninguém. Na verdade, houve um fator externo", explica, citando o papel de José Mayer, que, ao longo dos capítulos, se revelou um dos vilões da trama.
Na hora de construir seu papel, Cláudia levou bastante em consideração o jeito simples de Helô. Desde a infância pobre até chegar à fase adulta, quando se torna uma dona de galeria elegante, a personagem mantém essa mesma essência. E foi o que a atriz mais observou e tentou traduzir em cena. "Ela é muito sincera e continua muito fiel aos seus princípios e ao amor da vida inteira, que é o Pedro. Isso é o que move também", completa. Apesar de ter sofrido quando mais nova, a carga dramática de Helô não ultrapassa sua leveza. "A personagem tem a dramaticidade quando é necessário, mas também é solar. E eu faço questão que ela seja solar porque acho que, apesar dos sofrimentos da primeira fase, Helô sobrevive porque gosta da vida", salienta.
A caracterização também foi fundamental para Claudia compreender o tom da personagem. O figurino é composto por peças, ao mesmo tempo, modernas e simples. Já o corte de cabelo foi pensado para valorizar ainda mais a personalidade despojada de Helô. Por isso, a atriz adotou o estilo "Joãozinho" e clareou os fios. "A gente quis fazer um contraste com as outras duas últimas personagens, que eram mais peruas e exageradas. E eu não tenho problema de cortar cabelo", assegura.
Novos caminhos
Claudia Abreu é do tipo que valoriza as boas parcerias de trabalho. Mas também não tem medo de se arriscar no novo. Foi assim quando aceitou viver a Chayene em "Cheias de Charme". Era a primeira novela em que Filipe Miguez e Izabel de Oliveira assinavam como autores titulares. Mesmo assim, a atriz confiou na oportunidade que lhe foi oferecida. E ficou tão feliz com o resultado que participou do projeto seguinte da dupla, "Geração Brasil". "Foi uma alegria eles terem me chamado de novo. Eu certamente aceitaria sem ler nada porque confio nos autores e na equipe", conta.
Já "A Lei do Amor" marca a primeira vez que Claudia interpreta um texto de Maria Adelaide Amaral. Antes, a atriz sempre admirou as minisséries históricas assinadas pela autora. "E acho sempre uma coisa boa aceitar um convite de alguém com quem você ainda não fez uma parceria", pondera.
Instantâneas
# Cláudia Abreu é formada em Filosofia.
# Sua estreia na Globo foi em um episódio de "Teletema", em 1986.
# Mas, antes da estreia do programa, a atriz foi escalada para a novela "Hipertensão".
# Cláudia foi convidada por Gloria Perez para viver a Sol em "América", de 2004. Mas recusou a oferta e o papel acabou ficando com Deborah Secco.
"A Lei do Amor" – Globo – De segunda a sábado, às 21h20.