por Geraldo Bessa
TV Press
O lado ator de Joaquim Lopes tem falado cada vez mais alto. Totalmente envolvido com o boa-praça que também se chama Joaquim, seu personagem em “Malhação - Toda Forma de Amar”, muitos fatores contribuíram para esse investimento na atuação. Além do fim do “Vídeo Show”, onde trabalhou como apresentador nos últimos quatro anos, Lopes vem de um elogiado desempenho como o malandro Olegário de “Orgulho e Paixão”. “Fiquei um tempo distante das novelas e tinha esquecido o quanto era legal desenvolver um personagem. Foi uma novela deliciosa de fazer e, meses depois, já rolou outro convite e para um papel bem diferente”, valoriza.
Na temporada assinada por Emanuel Jacobina, Joaquim é casado com Lígia, de Paloma Duarte, e está no centro de uma história sobre adoção de crianças. “É um personagem muito sensível. Tem uma visão de vida muito parecida com a minha e isso ajuda bastante”, explica Lopes, que comemora 20 anos de carreira com o trabalho em “Malhação - Toda Forma de Amor”. Natural de Campinas, ele deixou a área gastronômica para focar em cursos de teatro. A estreia na tevê foi com um pequeno papel em “Os Ricos Também Choram”, do SBT. Porém, a carreira deslanchou mesmo foi na Globo, onde atuou em tramas como “Sangue Bom” e “Império”. “Estou me sentindo renovado. É bacana trabalhar com jovens que estão começando. Me vejo muito neles e também aprendo novas técnicas. A troca profissional é imensa”, ressalta.
P - “Malhação - Toda Forma de Amar” é seu primeiro trabalho após o cancelamento do “Vídeo Show”. Você teve receio de ficar sem oportunidades na Globo com o fim do programa?
R - Não. Um pouco antes do programa acabar, outros convites para atuar já tinham surgido. Então, sabia que era só uma questão de tempo para voltar ao ar como ator. Amava fazer o “Vídeo Show”, mas estava sempre atento ao que acontecia pela emissora. Fui liberado para fazer a “Dança dos Famosos” e “Orgulho e Paixão”, por exemplo.
P - Você não escondeu sua tristeza pelo fim do programa...
R - Então, foram quatro anos da minha vida naquela bancada e um trabalho que me apresentou para todo o Brasil. O carinho que eu terei por esse momento da minha carreira é eterno. Aprendi muito e comecei a me enxergar também como comunicador. O lado bacana de todo esse processo foi mostrar quem eu sou de verdade, sem personagens ou composição. Era o “Joca” ali e a interação com o público era incrível. Amo atuar, mas exercitar esse outro lado foi sensacional e me deu mais chances profissionais.
P - Já é um assunto superado, então?
R - Sim (risos). Demorei alguns dias para aceitar o fim e mergulhei de cabeça no trabalho para “Malhação”. Por fim, confio no trabalho da direção de entretenimento da Globo. Acho que realmente estava na hora descontinuar o projeto para que talvez ele evoluísse em outro formato. Por fim, não tive nem muito tempo para pensar, pois a preparação para um novo personagem exige entrega.
P - O que o atraiu para viver o Joaquim?
R - É um personagem muito próximo de mim. E o Jacobina (Emanuel, autor) ainda o batizou com o meu nome. É um cara solar, feliz, sempre disposto a ajudar os outros. É engraçado que eu tenho interpretado caras de índole duvidosa. Então, de alguma forma, é um papel bem diferente para mim. Porém, o que me motivou mesmo foi a mensagem em prol da adoção que envolve essa temporada. É um assunto urgente no contexto atual do país. É preciso pensar em medidas para proteger a criança que está sendo adotada, mas também facilitar o processo para as pessoas que realmente estão dispostas e têm condições de melhorar a vida de uma criança. É um assunto riquíssimo.
P - No momento em que o sentimento de paternidade aflorar, adotar seria uma opção para você?
R - Com toda certeza! Não tenho estrutura para ser pai agora, mas a adoção está nos meus planos futuros. Para mim, não existe diferença entre o amor biológico e o amor que nasce a partir do processo de adoção. Amor é amor. Impossível identificar o que é mais ou menos.
“Malhação - Toda Forma de Amar” - Globo - de segunda a sexta, às 17h30.