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Variedades Sexta-feira, 24 de Agosto de 2018, 00:00 - A | A

24 de Agosto de 2018, 00h:00 - A | A

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Nova atitude



por Geraldo Bessa

TV Press

Cleo estava em um período de mudanças quando surgiu o convite para "O Tempo Não Para". Além de tirar de seu nome artístico o sobrenome Pires - herdado de sua mãe, Glória -, ela estava totalmente concentrada em um estúdio para gravar as primeiras canções de seu projeto fonográfico, o álbum "Jungle Kid". Com a vida voltada para outros projetos, a porção atriz de Cleo quase ficou em segundo plano. Até que ela decidiu ouvir a proposta do diretor Leonardo Nogueira sobre a poderosa Betina, antagonista da história assinada por Mário Teixeira. "Realmente fiquei tocada por esse papel. Betina é uma mulher possível. Ela conquistou sua independência financeira, é respeitada, sabe o que quer. No entanto, é passional demais. Essa dualidade dela me cativa", garante. Na trama, Betina estava de casamento marcado com Samuca, o protagonista de Nicolas Prattes, quando ele se encanta perdidamente por Marocas, a mocinha que foi congelada no final do Século XIX e que agora precisa reaprender a viver nas contradições contemporâneas, papel de Juliana Paiva. "Adoro o fato de a novela renovar a fábula da comédia romântica de forma tão inventiva. Li o texto e pensei que seria muito legal estar nesse projeto", destaca.

Para Cleo, a principal complexidade de Betina reside em até onde alguém pode ir para salvar uma relação amorosa. Após perder o noivo, a personagem passa por cima da ética para atrapalhar Samuca e Marocas. "Betina me leva para um lugar que eu ainda não conhecia. Até sou ciumenta, mas nunca passaria por cima de ninguém para viver uma paixão. Essa relação seria totalmente mentirosa", opina. Romântica assumida, ela vem se divertindo com as sequências passionais de Betina e valoriza a boa parceria com Juliana e Nicolas, intérpretes que formam o triângulo amoroso jovem da atual novela das sete. "A gente já tinha se cruzado pelos bastidores da emissora. Durante a preparação, fiquei mais distante deles, olhando a sintonia que eles foram criando. Ter esse espaço foi fundamental para ver que a Betina realmente sobra nessa relação", explica, aos risos.

Longe das novelas desde o fim de "Haja Coração", em 2016, Cleo voltou aos Estúdios Globo disposta a passar por uma profunda mudança visual. Em abril, pouco antes do início das gravações, ela adotou um corte mais curto, com franja e luzes. "Gosto de me intrometer na concepção da personagem junto com as equipes de caracterização, maquiagem e figurino. Só assim consigo ficar realmente segura em cena", ressalta a atriz. Os longos cabelos castanhos que ostentava antes da mudança também tiveram um destino feliz. Cleo doou as madeixas para a ONG Rapunzel Solidária, que faz perucas para crianças e mulheres que lutam contra o câncer. "Mudei e ainda pude ajudar outras pessoas. Isso é muito legal. Conheço e admiro muito o trabalho dessa organização. Meus fios ficaram em boas mãos", empolga-se.

Natural do Rio de Janeiro, a primeira vez que Cleo pisou em um estúdio de tevê foi aos 12 anos, na minissérie "Memorial de Maria Moura", onde dividiu a personagem com sua mãe e interpretou a protagonista na infância. Uma década depois, sem qualquer pretensão de ser atriz, foi convidada pela diretora Monique Gardenberg para estrelar o longa "Benjamim", baseado na obra de Chico Buarque. Feliz com a repercussão do filme, Cleo acabou investindo na carreira de atriz e seu nome passou a ser disputado por autores e diretores. Às vésperas de lançar "América", Glória Perez acabou ficando com o passe da atriz, que interpretou a sensual Lurdinha na novela de 2005. Na sequência, assinou um contrato de prazo longo com a Globo, onde esteve em produções como "Caminho das Índias", "Araguaia" e "Supermax". "Aprendi fazendo e busquei personagens mais complexas e aprimoramento. Me entrego aos papéis e me divirto com a possibilidade de fazer na ficção algumas coisas que não faria no meu cotidiano. Essa é a grande beleza do trabalho", filosofa.

Nome próprio

O sobrenome Pires começou a "pesar" para Cleo. Longe de sentir qualquer constrangimento por ser filha de uma das maiores atrizes do país, Cleo deixa claro que apenas quis trilhar um caminho mais simples e independente. "Acho tão lindo artistas que usam apenas um nome. Quando comecei a atuar, usei o Pires para homenagear minha mãe. Depois de tantos anos, é bom mudar e viver o hoje", assume.

Segundo a atriz, a retirada do sobrenome da assinatura artística não gerou qualquer "climão" com Glória. "Vejo minha mãe todos os dias. Ela entendeu meu momento e sabe o que esperar de mim. A gente continua muito amiga e se apoiando em tudo", avisa.

Instantâneas

# Por seu desempenho em "Benjamim", sua estreia no cinema, Cleo ganhou o prêmio de Melhor Atriz na edição de 2003 do Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro.

# Em 2004, para evitar comparações, ela recusou o convite para protagonizar o "remake" de "Cabocla". A doce Zuca foi vivida por Glória Pires na versão original da trama, de 1979.

# Cleo já mostrou sua porção apresentadora de tevê. Em 2007, ela esteve à frente do "Cineview", exibido pelo canal pago Telecine.

# Além de gravar "Jungle Kid", Cleo também fez três filmes durante os dois anos que ficou longe da tevê. Entre eles, os longas "Legalidade" e "Terapia do Medo".

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