RANYELLE ANDRADE
DO METRÓPOLES
Em seus primeiros meses no ar, Pantanal protagonizou um sucesso como há muito o gênero das telenovelas não via. Mais que alavancar a audiência, a adaptação de Bruno Luperi conquistou a web, lançando diariamente nomes do elenco e personagens aos assuntos mais comentados das redes sociais.
Agora, prestes a completar três meses no ar, o folhetim começa a sofrer com a alta expectativa que criou nos fãs e patinar no ibope.
Entre 13 e 18 de junho, Pantanal fechou com 30 pontos de média semanal na Grande São Paulo, segundo dados divulgados pelo Notícias da TV, do UOL.
Apesar de ter batido recorde geral na segunda-feira (13/6), com 33,1 pontos, a novela das nove perdeu fôlego na quarta-feira (15/6) e desde então não conseguiu recuperar a performance. Para se ter ideia da queda, o desempenho de sábado (18/6), de 27,3 pontos, marcou o pior sábado do folhetim em sete semanas.
A baixa coincidiu com menções negativas à novela nas redes sociais. Depois da sequência de tirar o fôlego em que Levi é comido vivo por piranhas, o público tem achado os diálogos repetitivos e arrastados.
A começar pela protagonista, Juma Marruá, que além de insistir no mesmo texto —”‘num’ gosto”, “quero ir embora” e “você tá gostando do Tibério, Muda?” — tem se envolvido com Zé Lucas.
Na primeira versão, de Benedito Ruy Barbosa, o caminhoneiro tentou abusar de Juma. Já na do neto do autor, eles estão atraídos um pelo outro, escolha que parte do público considerou de gosto duvidoso.
A natureza da relação de Zuleica (Aline Borges) e Tenório (Murilo Benício) também tem deixado os telespectadores confusos. Independente e aparentemente honesta, ela é a maior defensora do grileiro de terras, apesar de ter sido tratada com “a outra” por ele durante a vida toda.
Mesmo sem demonstrar amor ou desejo sexual pelo homem, ela chega a ignorar que ele passou a vida negligenciando os próprios filhos, o que até o momento não faz o menor sentido. Até mesmo para quem já espera uma revelação importante que Benedito reservou para esse núcleo.
Outras narrativas que não caíram no gosto da audiência foram a militância vazia de Guta, a personalidade indecisa de Joventino e a insistência de Filó em fiscalizar a vida sexual dos moradores da fazenda.
Até críticos de TV, que andavam animados com a qualidade do elenco e da produção de Pantanal, lamentaram os últimos dias. “Tô achando meio xarope a novela”, comentou o jornalista Chico Barney.
“Tô achando a novela meio chata nestes últimos dias (saí correndo)”, brincou o crítico e pesquisador em telenovelas, Maurício Stycer.
Resta saber se com a chegada de um novo núcleo com Marcela Fetter, Dan Stulbach e Rafael Solano, e do retorno de personagens como Gustavo (Caco Ciocler), Naiara (Victoria Rossetti), Zaqueu (Silvero Pereira) e Mariana (Selma Egrei), prevista para acontecer nos próximos dias, a novela vai voltar a pegar fogo, como o público adora.
