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Variedades Sexta-feira, 15 de Maio de 2020, 00:00 - A | A

15 de Maio de 2020, 00h:00 - A | A

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Projetos diversos



por Geraldo Bessa

TV Press

Jorge Furtado está sempre pensando em algum projeto novo. Entre filmes mais conceituais e séries televisivas para as massas, a cabeça do roteirista e diretor parece sempre disposta a inovar e diversificar. Basta observar seus mais recentes projetos na Globo: o drama médico “Sob Pressão” e a comédia “Mister Brau”. Agora, na novíssima “Todas As Mulheres do Mundo”, Furtado faz uma grande homenagem ao dramaturgo Domingos Oliveira, seu amigo de longa data - que faleceu em março de 2019 -, em um projeto que demorou cerca de uma década para sair do papel. “Nossas agendas se desencontraram. Mas fico muito feliz de lançar essa série e resgatar a obra do Domingos para o Brasil de hoje. Demorou, mas acredito que fizemos o nosso melhor “, valoriza.

Gaúcho de Porto Alegre, Furtado já fez de tudo um pouco na tevê. Sua estreia foi no início dos anos 1980, como repórter e produtor da extinta TVE do Rio Grande do Sul. No final da década, entretanto, muito envolvido com a sétima arte, acabou sendo um dos fundadores da Casa de Cinema de Porto Alegre, onde começou a dar seus primeiros passos como diretor e roteirista. Nos anos 1990, sua assinatura acabou chamando a atenção da Globo, onde escreveu sucessos como “Agosto”, “A Comédia da Vida Privada” e “Memorial de Maria Moura”. Sem deixar a carreira de cineasta de lado, Furtado começou a ser um dos principais criadores da emissora e, ao lado de parceiros como Guel Arraes e João Falcão, realizou títulos como “A Invenção do Brasil”, “Doce de Mãe” e “Nada Será Como Antes”. Aos 60 anos, ele estreia em uma produção original Globoplay com “Todas As Mulheres do Mundo” e se mostra um entusiasta do “streaming”. “Tudo no audiovisual me interessa. O Globoplay é mais uma janela de trabalho. Gosto dessa história de ver a série toda, maratonar. Aliás, tenho feito muito isso nesta quarentena”, ressalta.

P - Envolvido em sucessos como “Doce de Mãe” e “Sob Pressão”, você é um dos criadores mais prolíficos da Globo. Como esses projetos chegam até você?

R - Cada caso é um caso. Normalmente, a emissora faz encomendas de acordo com pesquisas de público. Mas também tenho liberdade de propor projetos e parcerias. “Doce de Mãe”, por exemplo, é uma série muito autoral, feita em parceria com a Casa de Cinema de Porto Alegre. “Mister Brau” surgiu da vontade de trabalhar com o Lázaro (Ramos) e a Taís (Araújo). Já “Sob Pressão” é uma parceria da Globo com a Conspiração Filmes. Gosto desse diálogo entre a tevê e o cinema.

P - “Todas As Mulheres do Mundo” se encaixa nesse diálogo?

R - Sim, pois é baseado no filme de 1964 pelo qual sou apaixonado. Mas a série vai além e se propõe a fazer um apanhado da carreira do Domingos Oliveira como realizador.

P - A série demorou cerca de uma década para sair do papel. O que aconteceu?

R - São apenas questões de agenda. Fui amigo do Domingos por muitos anos. Lá por 2010, nos encontramos e falei que adoraria fazer uma série junto com ele. O tempo passou, me envolvi em outros projetos e ele também. Em 2018, em uma conversa informal com a Maria Ribeiro, ela me disse que Domingos ainda estava interessado em trabalhar comigo. Foi aí que sugeri à Globo a comprar os direitos de algumas obras dele e começamos a mexer no texto.

P - Como a morte de Domingos (em março de 2019) afetou a produção?

R - Durante o processo de pré-produção, ele já estava bem doente e foi internado. Claro que a equipe e o elenco ficaram abalados, mas acho que também teve um sentimento coletivo de fazer dessa série uma grande homenagem a tudo que ele realizou em vida. Gosto muito do resultado e acho que, em tempos de quarentena, é uma série que celebra o amor e o fato de se estar vivo. Pode fazer muito bem ao público.

P - Com os trabalhos paralisados no Estúdio Globo, como anda sua rotina e quais projetos tiveram de ser pausados por conta da pandemia?

R - A terceira e a quarta temporada de “Sob Pressão” vão demorar um pouco mais a chegar ao público. Assim que as questões sobre o Coronavírus começaram a ficar mais sérias, deixei o Rio de Janeiro e me isolei em casa, em Porto Alegre. Agora, é o momento de todos os autores e diretores pensarem em novas propostas para quando os estúdios voltarem a funcionar. Não tenho conseguido ler muita coisa, mas estou colocando as séries em dia e, inevitavelmente, novas ideias estão surgindo.

 

Todas As Mulheres do Mundo” - Globoplay - 12 episódios já disponíveis.

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