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Variedades / Aos 93 anos

Relembre a história de "O Pasquim", jornal fundado por Jaguar e símbolo da resistência contra a ditadura militar no Brasil

Morreu neste fim de semana, aos 93 anos, o cartunista Jaguar, um dos fundadores de O Pasquim



Morreu neste fim de semana, aos 93 anos, o cartunista Jaguar, um dos fundadores de O Pasquim, jornal lançado em 1969, que se tornou um símbolo de resistência ao regime militar. Entre os personagens mais marcantes criados por ele estava Sig [referência a Sigmund Freud], um simpático rato, usado como símbolo do semanário.

A trajetória do periódico é revisitada na obra "Rato de Redação - Sig e a História do Pasquim", de Márcio Pinheiro, publicada pela Matrix Editora. No livro, o autor, que é jornalista, produtor cultural e editor literário, relembra episódios marcantes dos 22 anos de existência do jornal, incluindo episódios como a prisão de 80% da equipe, em 1970.

História

Após o golpe militar de 1964, a repressão a tudo que parecia contrário ao regime se tornou ainda mais severa com o AI-5, Ato Institucional emitido em 1968.

Neste contexto de censura e cerceamento de liberdades, urgia na sociedade brasileira o desejo por um canal capaz de exasperar todas as indignações relacionadas ao momento. Foi desta necessidade que nasceu, em 1969, O Pasquim, semanário que se tornaria ícone do jornalismo alternativo brasileiro.

Para resgatar a história do tabloide que questionou os rumos do regime militar com muito humor e boas doses de deboche, a Matrix Editora lança Rato de Redação - Sig e a História do Pasquim, do produtor cultural, editor literário e jornalista, Márcio Pinheiro. Com narrativa fluída e repleta de detalhes, a obra percorre o caminho de 22 anos de atividade do periódico.

Tudo isso acompanhado do simpático Sig, o rato símbolo do jornal, desenhado pelo cartunista Jaguar, um dos fundadores do jornal. Desde a primeira capa, Sig teve destaque garantido no Pasquim. Ele interferia com seus comentários sarcásticos em quase todas as matérias, artigos, entrevistas e até anúncios.

“É a presença mais constante durante as mais de duas décadas de existência do jornal”, conta Marcio Pinheiro. O personagem, aliado ao teor humorístico e a linguagem coloquial do semanário, agradou o grande público e, já em 1969, a publicação chegou à tiragem de duzentos mil exemplares.

Rato de Redação reconta desde a escolha do nome do jornal - que na definição do dicionário tem um significado quase pejorativo – passando pela prisão de boa parte da equipe do veículo, em 1970. A queda do regime militar, a retomada da abertura política, a redemocratização, as crises financeiras e as divergências internas que aconteceram até seu fechamento em 1991 também são retratadas neste lançamento indicado para os apaixonados pela história do Brasil.

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