Dionéia Martins
Mato Grosso do Norte
A cena que moradores encontraram no último dia 20 no Cemitério Municipal Jardim da Saudade, em Alta Floresta, poderia facilmente ser parte de um filme de terror, mas era real: uma cabeça humana, dentro de sacolas foi deixada em cima de um túmulo. O caso causou perplexidade na cidade e acendeu o alerta da prefeitura, que agora pretende reforçar a segurança no local.
O Secretário de Cidades, Paulo Moreira, classificou o episódio como "um desrespeito enorme". Ele afirmou que equipes da prefeitura, junto com a Polícia Civil, realizaram uma varredura completa no cemitério e, até o momento, tudo indica que a cabeça não pertence a nenhum corpo sepultado ali.
“Felizmente, tudo indica que essa cabeça não veio de um túmulo daqui. Ainda assim, estamos falando de um ser humano, de uma vida, e o mínimo que se espera é que essa pessoa tenha um enterro digno”, disse Moreira.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil. A Politec recolheu o crânio para exames de DNA que podem ajudar na identificação da vítima.
Diante da gravidade do ocorrido, a prefeitura anunciou que já existia um planejamento para o monitoramento do cemitério com câmeras de segurança. Embora o local seja extenso e de difícil vigilância constante, Moreira acredita que o reforço tecnológico pode ajudar a coibir ações criminosas e facilitar a identificação de suspeitos.
“Vamos aumentar o número de câmeras em pontos estratégicos. O cemitério é um lugar sagrado, de lembrança, e precisa ser respeitado. Infelizmente, o acesso hoje é muito fácil, tanto para quem vai visitar um ente querido quanto para quem tem más intenções”, explicou o secretário.
Desde que o corpo foi encontrado, circulou a suspeita de que ele pudesse ter sido retirado de um túmulo já existente. A hipótese foi descartada após inspeções detalhadas. Segundo o secretário, nenhum sepultamento recente nas últimas semanas corresponde ao estado de decomposição da cabeça, estimado em cerca de 30 dias.
“A gente fez um levantamento completo das pessoas enterradas nesse período. Visitamos cada um dos túmulos e estão todos intactos. Também ampliamos a busca para outros pontos do cemitério. Isso nos dá mais segurança para afirmar que o crânio foi deixado aqui, e não desenterrado”, esclareceu.
Enquanto a cidade ainda digere o choque do caso, a polícia trabalha para identificar a vítima e encontrar os responsáveis. A expectativa é que os exames periciais da Politec possam trazer respostas nos próximos dias.