por Rubén Hoyo
Autocosmos.com
O Audi TT é um daqueles produtos que não geram alto volume, mas ajudam bastante a construir e posicionar uma marca. Esse modelo, que estreou em 1998, está em sua terceira geração e a cada sucessão evoluiu dramaticamente. Para o bem e para o mal, tornou-se um modelo sofisticado, eficaz e moderno. O bem, no caso, foi o ganho de tecnologia, enquanto o mal é por conta da mudança no patamar de preço do modelo, cada vez mais caro. Pouco mais de vinte anos após sua concepção, o esportivo parece estar tristemente próximo ao fim de sua história. Isso ocorre porque o mercado vem sinalizando que quer consumir apenas SUVs, sejam pequenos, médios, grandes, em forma de cupê ou de qualquer outro tipo. Uma agravante para o TT é a tendência à eletrificação, que vem sugando os recursos da marca no desenvolvimento dos novos modelos.
Além de não atender a estas premissas, o Audi TT não gera volume. Para agravar ainda mais a situação, há um problema específico do Grupo Volkswagen, que controla a marca, no caso Dieselgate, que causou gastos extraordinários com multas pesadas pelos crimes envolvidos – apesar de as sanções terem sido bastante aliviadas pelos governos europeus. Com tudo isso, é possível compreender o motivo de o Audi TT não alcançar a quarta geração. Pelo menos com as mesmas características das três gerações construídas até aqui.
No caso do modelo TTS, há sob o capô um turbo 2.0 litros que fornece torque de 286 cv e 38,7 kgfm associado a uma transmissão S-Tronic de embreagem dupla de sete velocidades. Como o modelo conta com o sistema quattro, a força é distribuída pelas quatro rodas. Isso permite que o Audi TTS faça um zero a 100 km/h em apenas 4,7 segundos, o que é bastante rápido. Para contextualizar, um Porsche 918 Cayman que possui 300 cv e faz a mesma tarefa 4,9 segundos. A suspensão adaptativa Magnetic Ride oferece uma boa versatilidade ao modelo, O modo de condução Comfort faz do TTS um carro relativamente macio e confortável, adequado para uso diário. Já o modo Dinâmico o transforma em um esportivo rígido e radical.
No habitáculo, o TTS oferece uma experiência impecável. O modelo foi o primeiro da Audi a oferecer o cockpit virtual de 12,3 polegadas, mas não tela de toque central. O painel, portanto, é limpo e baixo. Outro destaque é o controle climático, existem alguns pequenos botões no centro das saídas de ar que possuem uma tela, a partir daí é possível controlar a temperatura, a intensidade do ar e ativar ou desativar o recirculador. Não apenas parece ótimo, mas operá-lo é bastante intuitivo e simples. Na linha 2020, o TTS ganhou compatibilidade com o Apple Carplay e o Android Auto e, embora inicialmente a ausência de uma interface de toque possa parecer complicado, é fácil operar pelos comandos do MMI.
O modelo também passa a contar com um carregador por indução, o volante é multifuncional revestido em couro e os bancos, que oferecem um bom apoio lateral, são revestidos em couro de ótima qualidade. Existem dois bancos traseiros e, embora um adulto de tamanho médio possa viajar bem, o formato inclinado do teto obriga a manter a cabeça abaixada. Mesmo assim, isso é menos problemático que o encosto muito vertical. No Brasil, o modelo TTS foi importado entre 2016 e 2018 e atualmente a marca tem oferecido apenas a versão mais forte, TTRS, que tem um motor 2.5 litros de 400 cv e 49 kgfm de torque.