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Variedades Sexta-feira, 29 de Julho de 2016, 00:00 - A | A

29 de Julho de 2016, 00h:00 - A | A

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Seleção natural



por Geraldo Bessa

TV Press

      O profissionalismo de Marina Ruy Barbosa sempre chamou atenção de autores e diretores da Globo. De forma bem pensada, a menina que estreou na tevê aos sete anos de idade chegou aos papéis mais adultos sem grandes problemas. Ao longo dessa caminhada, além da beleza ruiva, a atriz se transformou em um bom chamariz de audiência e vem acumulando protagonistas. Agora, aos 21 anos, parece querer seguir por caminhos menos ortodoxos. Sua participação em "Justiça", minissérie da Globo que estreia na segunda, 22 de agosto, exibe não apenas a autonomia conquistada dentro da emissora, mas a vontade de se envolver com papéis mais complexos. "Acabei de fazer 'Totalmente Demais', uma novela das sete deliciosa e que me deu uma resposta de público maravilhosa. Fazer uma outra mocinha seria estranho para mim. Conversei com a direção da emissora e, entre todos os convites, o da minissérie foi o que mais me atraiu. O texto é de uma força e uma realidade comoventes", analisa.

      Escrita por Manuela Dias, "Justiça" é um grande mosaico dramático composto por quatro diferentes histórias que se cruzam ao longo dos 22 capítulos. "A série mostra que nem sempre o que a lei define ser justo contenta o coração de quem sofreu a injustiça", resume a atriz. Na trama, Marina vive a mimada Isabela, "patricinha" acostumada a um mundo de luxos e futilidades. De casamento marcado com o "playboy" Vicente, de Jesuíta Barbosa, ela questiona a relação ao ver que a empresa da família de seu noivo "quebrou". Sentido a indiferença de Isabela, Vicente acaba a flagrando nos braços de outro e mata a noiva de forma fria. Depois de passar sete anos preso, o assassino já não deve mais nada ao poder judiciário. No entanto, a mãe de Isabela, Elisa, de Débora Bloch, está disposta a fazer sua justiça com as próprias mãos. "Minha personagem é a típica rica interesseira. Ela precisa garantir seu futuro fazendo um bom casamento. As pessoas são descartáveis para ela. E antes de romper o compromisso com o Vicente, ele acaba a assassinando. São cenas bem fortes", adianta.

      Desde que entrou na produção, Marina já estava ciente da liberdade que o horário das 23 horas agregaria ao trabalho. Sendo assim, encarou sem timidez as inúmeras cenas sensuais do roteiro. "Estou mais preocupada em chegar às emoções da Isabela do que em aparecer nua. Esse trabalho tem uma crueza e uma realidade que torna tudo muito natural", conta. Para a atriz, os papéis feitos nos últimos anos a prepararam muito bem para qualquer tipo de cena, especialmente, "Império", novela de Aguinaldo Silva exibida em 2014, onde viveu a "Lolita" Maria Ísis. "Acho que foi o projeto onde realmente me vi mais madura como atriz. E sem medo de me expor em prol das minhas personagens", destaca. Outro trabalho que ajudou Marina durante as gravações de "Justiça" pelas ruas da cidade de Recife foi a minissérie "Amorteamo", do ano passado. "Eu já estava com a prosódia em dia para viver uma pernambucana", avalia, entre risos.

      Natural do Rio de Janeiro, nem em seus melhores sonhos Marina achou que fosse se tornar uma das principais atrizes de sua geração. Incentivada pela mãe, sua primeira participação na tevê foi com um pequeno papel em "Sabor da Paixão", de 2002. A brincadeira começou a ficar mais séria em seus trabalhos seguintes, as novelas "Começar de Novo" e "Belíssima". "Foi quando comecei a ter mais texto para decorar e me dividir entre os blocos de capítulos e os deveres da escola", conta. Aos poucos, começou a ter personagens com mais conflitos. Sempre na companhia materna, ela se destacou em novelas como "Morde & Assopra" e "Amor Eterno Amor". O pulo para uma personagem mais adulta foi dado com a órfã Nicole, de "Amor à Vida". Mas desentendimentos sobre raspar ou não a cabeleira irritaram o autor Walcyr Carrasco e a personagem perdeu importância. Sobrou para Aguinaldo Silva deixar Marina mais adulta em "Império", onde apareceu independente e em uma atuação segura. "Foi a personagem que eu estava esperando. Tive de lidar com meus receios e limitações. Encaro como uma superação para ir além", assume.

  

No divã

      A complexidade do texto de "Justiça" levou Marina Ruy Barbosa a buscar por mais recursos cênicos. "Isabela é totalmente inconsequente e imediatista. Tem espírito livre e faz tudo o que tem em mente. É uma personagem muito oposta. Eu precisava de uma visão de fora para criar com verdade", justifica. A ajuda veio da psicanálise. As conversas no divã sobre por quais caminhos Isabela poderia seguir acabaram por acender em Marina a vontade de fazer terapia. Assim que a televisão deixar, a atriz pretende marcar sessões para falar dos próprios anseios e não dos de suas personagens. "Fazer análise é libertador. Me ajuda no trabalho e pode fazer diferença na minha vida pessoal também", destaca.

 

Instantâneas

# Marina Ruy Barbosa já teve uma breve experiência como apresentadora. Foi em 2009, no extinto "TV Globinho".

# Mesmo apegada aos fios ruivos, a atriz decidiu cortar as madeixas para viver a ninfeta Maria Ísis, de "Império". Os 30 cm cortados foram doados para a ONG Cabelegria, que faz perucas para doentes com câncer.

# "Justiça" marca a terceira morte de uma personagem de Marina na ficção. As anteriores foram em "Amor à Vida" e "Amorteamo".

# A atriz entra de férias após as gravações da minissérie, mas já tem data para voltar ao ar. Está escalada para o próximo folhetim de Aguinaldo Silva, que tem estreia prevista para 2018.

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