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Caderno B Sexta-feira, 30 de Novembro de 2018, 00:00 - A | A

30 de Novembro de 2018, 00h:00 - A | A

Caderno B /

Cinco perguntas: Carrossel de emoções

Carta Z



por Caroline Borges
TV Press

Para Dudu Azevedo leva as mãos aos céus para agradecer por seu atual trabalho, o personagem-título de “Jesus”, novela bíblica da Record. O intérprete da produção escrita por Paula Richard já havia protagonizado uma novela anteriormente. No ano passado, ele viveu o bondoso Asher em “O Rico e Lázaro”. Porém, a oportunidade de encarnar o Messias no vídeo se mostrou como a grande oportunidade profissional de sua trajetória. De acordo com Dudu, o personagem é resultado de uma longa caminhada de trabalho. “Como pessoa, venho me preparando para esse papel há muito tempo. Uma medalha dessa não vem parar no peito por acaso. Ainda assim, jamais imaginei que iria viver Jesus. Nem nos meus sonhos profissionais mais ambiciosos. É um personagem muito grandioso. Acredito que todo ator gostaria de viver”, valoriza.
Natural do Rio de Janeiro, Dudu estreou na tevê em 1994, quando participou do seriado “Confissões de Adolescente”. Na Globo, o ator participou de uma sequência de trabalhos e viveu personagens de destaque em produções, como “Três Irmãs”, “Fina Estampa”, “Flor do Caribe” e “Babilônia”. Em 2016, assinou com a Record e, após integrar o elenco de “Os Dez Mandamentos”, foi convidado para viver o protagonista de “O Rico e Lázaro”. Há quase 25 anos na tevê, Dudu celebra a boa fase no vídeo. “Jesus pontuou a história do mundo. Como não pontuaria a minha carreira? Nunca pensei em desistir e sei que tudo que passei valeu a pena por esse momento. Estou longe de pensar em parar de trabalhar”, aponta. 
P – Geralmente, Jesus é retratado com feições mais clássicas, louro e de olhos azuis. O fato do personagem não seguir essa estética foi um problema em algum momento? 
R – As pessoas questionam muito o cabelo ou a cor dos olhos. Mas isso é o menos importante. A joia dessa novela é a história. A bíblia é o maior livro de todos os tempos e Jesus é o maior personagem de todos. A trama é tão incrível e tão grandiosa. Mexe com as pessoas. Perdi seis quilos para viver esse personagem, mas isso é um detalhe. As coisas externas são as menos importantes. As transformações principais são as interiores.  
P – Como foi sua preparação para viver o personagem?
R – Vim me preparando e estando a disposição para esse papel há algum tempo. A gente se apropria de muita coisa. Quanto mais o ator se apropria, melhor ele conta essa história. Espiritualmente falando, venho pedindo para estar nesse lugar de excelência, mas não só uma excelência técnica. É a história que pontuou a humanidade. Como não iria pontuar a minha vida? Estou à disposição dessa história e do personagem. Esse papel transformou a minha vida. 
P – Durante a viagem para o Marrocos, foram gravadas as cenas da “Via Crúcis” e da crucificação. Como foi essa sequência de trabalho?
R – No início, gravamos uma boa parte da “Via Crúcis” e da crucificação. Foram muitas sequências e cenas muito duras de trabalho. Fora dias difíceis. Enfrentamos uma sensação térmica de 53 graus e tudo com uma maquiagem pesada. A maquiagem, inclusive, levava cinco horas para ser feita. Além disso, ainda carregava uma cruz de 70 quilos. Mas, ao fim de cada dia de trabalho, me sentia muito feliz e emocionado. Agradecia por essa oportunidade e pelo meu trabalho. A profissão do ator, além de talento e vocação, é perseverança também.
P – Como assim? 
R – Essas sequências da crucificação justificaram toda a minha perseverança ao longo da carreira. Nunca ter desistindo e ter feito as escolhas certas. É o maior trabalho da minha vida até agora. Nunca pensei que viveria um personagem tão grandioso. De uma hora para outra recebi o convite e me vi pronto para fazer. Uma vez dentro, sabia que não poderia pestanejar. É um papel que não permite muletas, bengalas ou truques. 
P – Sua visão religiosa mudou após participar desse trabalho?
R – Talvez eu me sinta mais próximo do personagem. Mas eu já praticava minha fé. Minha comunhão é com o dogma do amor, generosidade e tudo aquilo Jesus ensinou e segue ensinando. Acho que é um discurso de uma visão muito generosa. Tento praticar minha fé e ser um cara melhor todos os dias. Carrego essa responsabilidade como cidadão.

"Jesus" – Record – Segunda a sexta, às 20h45.

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