Sábado, 12 de Julho de 2025

Caderno B Sexta-feira, 01 de Julho de 2022, 09:52 - A | A

01 de Julho de 2022, 09h:52 - A | A

Caderno B / CINCO PERGUNTAS

Espera premiada



POR MÁRCIO MAIO
TV PRESS

Quem batalha por uma chance na tevê sabe que nem sempre os personagens chegam com facilidade para os atores. Às vezes, a espera entre um papel e outro na teledramaturgia pode ser longa. Para Paula Braun, por exemplo, esse tempo valeu a pena. A atriz interpretou a médica judia Rebeca em “Amor à Vida”, entre 2013 e 2014. De lá para cá, não parou de trabalhar, mas ficou afastada da televisão. Até ser chamada, no começo do ano passado, para o elenco de “Cara e Coragem”. “Lembro que fiquei muito grata e também que me apaixonei pela personagem”, conta a catarinense, que tem 43 anos e interpreta a bailarina Olívia no folhetim das 19h da Globo.
Na história, Olívia é uma mãe exemplar e protetora, função que concilia com a agenda de sua companhia de dança vertical. Um detalhe, porém, mexe demais com sua vida. “Ela é uma mulher forte e inteligente, mas tem um ponto fraco: uma relação onde ela é a amante há uns 20 anos”, explica Paula. O homem em questão é Joca, papel de Leopoldo Pacheco, que interpreta o pai da mocinha Pat, vivida por Paolla Oliveira. Nos últimos capítulos, Lou, filha de Olívia e Joca, interpretada pela estreante Vitória Bohn, acabou se aproximando da meia-irmã. Mas a mãe da menina começa a ficar preocupada com essa proximidade, já que Pat nem desconfia que o pai tem outra filha. “É preciso coragem para romper certas relações. Espero que Olívia perceba que merece algo melhor”, torce Paula.

1

P – Como surgiu a oportunidade para atuar em “Cara e Coragem”?

R – Eu recebi uma ligação em outubro de 2020, para fazer um teste. Me mandaram a sinopse da Olívia, falaram da novela, do tema... Lembro que fiquei muito grata e também que me apaixonei, de cara, pela personagem. O resultado veio em janeiro de 2021, um ano antes de começar (o trabalho).

2

P – Depois de quase 10 anos longe das novelas, o que a fez voltar aos folhetins?

R – Acho curiosa essa pergunta, que todo mundo faz. Eu só voltei agora porque recebi, agora, a oportunidade de voltar. Novela é uma linguagem que explorei muito pouco. Mas, desde criança, tive vontade de experimentar. Os folhetins me motivaram a ser atriz, as novelas fazem parte da minha construção e têm um lugar bem emotivo na minha vida. Eu brincava de viúva Porcina, gritava “Minaaaaa” na garagem, fingia que a árvore da minha casa era o castelo de “Que Rei Sou Eu?” e repetia as cenas da Jô em “A Gata Comeu”, com o “bateu, levou”, exaustivamente, nas minhas bonecas (risos).

3

P – “Cara e Coragem” é sua segunda novela. Você sente alguma dificuldade com essa linguagem? Como lida com o volume de texto, de cenas e a rotina de gravação, muitas vezes com longas horas de espera?

R – Olha, eu já lidei com essas características em outros trabalhos, mesmo em outros formatos. Volume de texto, a espera, tudo isso tem no teatro, no cinema e em séries. O que me deixa mais apreensiva, nervosa e encantada também é o alcance da novela, a quantidade de pessoas que recebe a história que estou contando. É muito louco imaginar isso. Tenho me trabalhado para fazer o melhor que posso, me divertindo em cena com meus colegas. Amo gravar, estar em cena, estar nos Estúdios Globo, todo o processo é muito prazeroso para mim.

4

P – Olívia vive uma relação escondida com o Joca, um homem casado. Como você enxerga esse romance extraconjugal?

R – Existem várias questões aí. Primeiro, quem vive uma relação extraconjugal é ele. A Olívia não é casada, o Joca é. Então, essa responsabilidade e esse peso são dele. Ela não conhece a Nadir (vivida por Stella Maria Rodrigues), não é amiga da família e não quer, nesse primeiro momento, proximidade nem com a Pat. Mas, acho, sim, ruim para ela, porque causa estresse e sofrimento por conta da relação complicada e ausente do pai com a filha que ela ama tanto. Acho que ela se sente culpada em relação a isso. Mas, ao mesmo tempo, é um ponto sensível dela que mantém esse caso há 20 anos. É preciso coragem pra romper certas relações. Espero que ela perceba que merece algo melhor.

5

P – Durante o período em que ficou fora do ar, você não chegou a parar. O que de mais importante destaca dessa fase?

R – Eu poderia falar que foi a direção do meu filme (“Ioiô de Iaiá”, disponível para os assinantes do Globoplay), e foi realmente desafiador e algo grande que eu me propus a fazer. E fiz! É muito legal colocar uma obra no mundo. Mas, vou dizer que o infantil de dança e teatro “Creme do Céu” foi muito marcante na minha vida. Primeiro, porque me colocou de volta na dança. E porque era um infantil e o público era de crianças, que falam tudo o que pensam na hora. E foi para os meus filhos, eu fiz para eles. Foi emocionante ver o quanto gostavam, as trocentas milhões de vezes a que foram assistir. Benjamin se encantou inclusive com a astronomia. O quarto dele tem todos os planetas e ele sabe as características de cada um. São o meu melhor público, com certeza.

“Cara e Coragem” – Globo – Segunda a sábado, na faixa das 19h. Reprise de terça a domingo, às 2h.

Comente esta notícia

Rua Ivandelina Rosa Nazário (H-6), 97 - Setor Industrial - Centro - Alta Floresta - 78.580-000 - MT

(66) 3521-6406

[email protected]