Quinta-feira, 03 de Julho de 2025

Caderno B Sexta-feira, 19 de Agosto de 2022, 09:18 - A | A

19 de Agosto de 2022, 09h:18 - A | A

Caderno B / CINCO PERGUNTAS

Jeitinho político

Na pele do ambicioso Ibraim, Dan Stulbach se emociona com participação especial em “Pantanal”



POR GERALDO BESSA
TV PRESS

Dan Stulbach ama fazer novelas. Porém, por conta da agenda sempre atribulada, faltava tempo para acompanhar as tramas. Na pandemia, entretanto, o ator acabou por fazer dos folhetins um hábito, que se manteve mesmo com a volta do mercado audiovisual à normalidade. Entre as tramas que mais chamaram atenção do ator está a segunda versão de “Pantanal”. Além das boas memórias da produção original, Dan ficou encantado com a atualização feita pelo autor Bruno Luperi. Por isso, foi com surpresa e empolgação que ele recebeu o convite para uma participação especial na trama na pele do estrategista político Ibraim. “A força dessa história é impressionante. Me impactou muito no passado e agora. É o tipo de projeto que dá vontade de participar. Acho que pensei tanto nisso que acabou acontecendo. Ibraim é um papel que instiga qualquer ator”, analisa.
Paulistano e torcedor do Corinthians, a ligação de Dan com a atuação começou nas peças amadoras do Colégio Rio Branco, tradicional escola da capital onde estudou boa parte de sua vida. Apaixonado pelos palcos, estreou profissionalmente aos 20 anos, mas demorou a entrar na televisão. “Não me sentia acolhido, os convites não eram tão interessantes. Então, eu ficava apenas no teatro mesmo”, justifica. Depois de pequenas participações em séries e novelas, o ator ficou conhecido nacionalmente em 2003, ao dar vida ao violento Marcos de “Mulheres Apaixonadas”. A partir daí, desenvolveu uma íntima e criteriosa relação com a tevê, onde acumula papéis de destaque em novelas como “Senhora do Destino” e “Fina Estampa”, e séries como “Queridos Amigos”, “Som & Fúria” e o recente sucesso da Globo “Filhas de Eva”. “A maturidade me trouxe outra perspectiva sobre a atuação. Dizer ‘não’ para um convite define mais minha carreira do que os trabalhos que aceitei fazer. Ter a rédea sobre o que quero e me estimula é importante”, acredita.

1

P - Como você recebeu o convite para participar de “Pantanal”?

R - Fiquei feliz, emocionado de verdade. Primeiro porque a novela é um grande sucesso, tem tido esse alcance formidável. E pelo o que ela diz também, pela maneira como ela é escrita, muito humana, verdadeira e bonita. Pelo personagem, que traz questionamentos e tem desafios. Estava acompanhando a trama e, de repente, fui chamado para essa participação especial.

 

2

P - Você tem alguma lembrança ou procurou cenas da primeira versão do folhetim?

R - Com certeza. Foi muito marcante para mim. Lembro de diversas cenas, dos atores e do impacto da mensagem dramática e ecológica que a história causou. Acho tão irônico que décadas depois eu esteja trabalhando nela. E o mais engraçado é que não lembro muito do Ibraim.

3

P - Isso é bom ou ruim?
R - Achei ótimo. Mas como sou curioso, corri atrás de algumas cenas. O trabalho do Rubens Corrêa foi incrível e logo fui lembrando do núcleo dele. Para não ser muito influenciado, parei de pesquisar e decidi ir pelo texto do Bruno (Luperi). A essência do contexto político continua a mesma, mas acho que a ganância e prepotência do personagem foi atualizada.

 

4

P - Quem é o Ibraim de 2022?
R - É um sujeito inteligente, capaz, autocentrado, egoísta, que vê o mundo e as pessoas através das lentes da política, que é sua profissão, que ele escolheu não para mudar o mundo, mas para satisfazer seu ego, melhorar seu capital, suas relações. É muito vaidoso, insensível ao outro, muito sensível às suas carências. Um homem que sabe articular, charmoso e sabe cativar.

 

5

P - É um papel muito pontual em um ano eleitoral. Você votaria no Ibraim?

R - (risos). Uma das coisas mais interessantes de fazer um personagem assim é deixar as críticas de lado. Fazer com que ele não tenha culpa de seus defeitos, que ele chegue inteiro, forte, cativante, ambíguo para quem ver. Porque aí sim o público vai ter seu juízo sobre o que ele faz. Não importa se eu votaria nele ou não, mas as questões que esse personagem pode provocar. Ter a coragem de mostrá-lo como ele é.

“Pantanal” - de segunda a sábado, às 21h.

Comente esta notícia

Rua Ivandelina Rosa Nazário (H-6), 97 - Setor Industrial - Centro - Alta Floresta - 78.580-000 - MT

(66) 3521-6406

[email protected]