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Caderno B Sexta-feira, 21 de Setembro de 2018, 00:00 - A | A

21 de Setembro de 2018, 00h:00 - A | A

Caderno B /

Linha de frente



por Geraldo Bessa
TV Press

Naturalmente bem-humorada e comunicativa, era possível que o caminho artístico de Taís Araújo se cruzasse com a função de apresentadora. À frente da disputa musical “Popstar”, ela até já teve outras passagens pelo posto em programas como “Superbonita” e “Saia Justa”, ambos do GNT, e no “remake” do “Globo de Ouro” exibido pelo Viva. Porém, nada que se compare ao esquema grandioso e à repercussão do dominical da Globo. “É mais fácil estar na tevê quando se tem um personagem para construir. Nos programas do GNT, estava lá mostrando a minha cara e minhas ideias, mas também tinha o conforto de serem produções mais simples. Quando entrei pela primeira vez no palco do ‘Popstar’, todo imponente, cheio de telas e luzes, tremi na base. Foi quando vi que era muita responsabilidade”, garante. Telespectadora da primeira temporada do “reality” que instiga o talento musical de celebridades, Taís se surpreendeu com o convite para assumir o programa. Originalmente apresentado por Fernanda Lima, o posto ficou vago depois que a titular teve de se dedicar exclusivamente à próxima temporada de “Amor & Sexo”. “Gostei tanto temporada que cheguei a mandar mensagem para a Fernanda elogiando a produção. Meses depois, toca o telefone e do outro lado da linha era o Boninho. Achei que era trote”, brinca, referindo-se ao Diretor de “Realities” da emissora.
Com o convite prontamente aceito, Taís teve de reorganizar sua vida para dar conta da empreitada. Recém-saída das gravações da última temporada de “Mister Brau”, a atriz estava pronta para curtir alguns meses de férias até começar a preparação para viver uma das protagonistas de “Aruanas”, série que conta a história de três ativistas em defesa da floresta Amazônica, na qual contracena com Débora Falabella e Leandra Leal. “De um lado, tinha uma personagem para criar. De outro, tinha de conter meu nervosismo e conseguir me comunicar com fluidez. Foi um processo prazeroso, mas difícil”, conta. De nada adiantou tentar se conter. No palco do programa, Taís já se emocionou e mostrou que sua facilidade em chorar não se restringe apenas aos momentos de atuação. “A emoção comanda o ‘Popstar’. As pessoas não estão apenas cantando, mas se superando de alguma forma. Temos a presença das famílias na plateia e a surpresa dos bastidores. O formato é totalmente imprevisível”, explica.
Com a vida dividida entre as gravações da série no estado do Amazonas e as apresentações ao vivo do “reality”, Taís ganhou uma “colher de chá” da Globo. Já prevendo que teria de sair das duas produções direto para os bastidores de “Troia”, novela de estreia da autora Manuela Dias no horário das nove, Tais recebeu com alívio o adiamento da trama, que estrearia no meio do ano que vem e agora só deve ir ao ar no final de 2019. “Seria muito complicado conciliar tudo. Estou muito empolgada com essa novela e quero ter tempo para me preparar da melhor forma”, ressalta, sem dar muitas pistas sobre a futura personagem e enredo. Depois de quatro anos dedicados ao teatro e às gravações de “Mister Brau”, em que viveu a poderosa Michele, Taís é só felicidade com o momento de diversidade e alta produtividade profissional. Ainda mais às vésperas de completar 40 anos, no próximo mês de novembro. “Me sinto muito realizada e útil. A tevê precisa de representatividade e, querendo ou não, minha trajetória é marcada pela luta em prol da visibilidade negra”, valoriza.
Taís realmente tem uma trajetória de destaque. Depois de uma estreia tímida no vídeo, em “Tocaia Grande”, novela exibida pela Manchete em 1995, acabou como protagonista de “Xica da Silva”, trama exibida pela extinta emissora um ano depois. Contratada da Globo, Taís se destacou no “remake” de “Anjo Mau” e em “Porto dos Milagres”, mas foi no sucesso “Da Cor do Pecado”, de 2004, que ela mostrou seu poder de fogo ao viver Preta, a primeira protagonista negra de novelas globais. Cinco anos depois, foi convidada por Manoel Carlos para o mítico papel de Helena em “Viver a Vida”. “Assim como a Xica, a Preta me deu muita força e mostrou que eu estava no caminho certo. No caso da Helena, tive alguns problemas com a personagem, não guardo boas lembranças da época, mas é um trabalho importante e que me fez ter jogo de cintura para momentos de adversidade. Nem tudo são flores na minha trajetória, mas olho para trás e me orgulho muito de tudo o que fiz”, destaca, com sua usual objetividade.

“Popstar” – Globo – domingo, às 12h45.

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