POR GERALDO BESSA
TV PRESS
Um dos maiores ícones do pop nacional, Lulu Santos sabe muito bem lidar com os momentos de vitória e derrota de uma longa carreira. Afinal, mesmo hábil em fazer hits que figuram entre as mais tocadas do país, Lulu já teve também alguns álbuns que não surtiram o efeito esperado. É carregado dessas experiências que o cantor e compositor inicia cada nova temporada do “The Voice Brasil”, competição musical que completa uma década no ar neste ano e na qual Lulu é o único técnico presente desde a primeira edição, exibida em 2012. “Só ganhei uma vez, mas tudo bem. Minha felicidade reside no fato da gente mostrar ao público vozes que são a cara do Brasil. Lógico que eu tento e adoraria vencer mais temporadas, mas também fico imensamente feliz em participar de todo esse processo e ganhar experiência”, garante Lulu, entre risos.
Natural do Rio de Janeiro, os feitos musicais de Lulu, que têm clássicos como “Tempos Modernos” e “Como Uma Onda” no currículo, foram decisivos para que seu nome fosse lembrado para o time de técnicos original do “The Voice Brasil”. Com desenvoltura à frente das câmeras, ele já tinha aparecido na tevê fazendo participações especiais como ele mesmo em produções como “Os Normais” e “Celebridades”. “Adoro o ambiente da tevê e gosto de ser dirigido. Tenho total autonomia no ‘The Voice Brasil’, mas é bom ter a orientação do diretor sobre tempos e movimentos nos estúdios. São essas coisas que me deixam à vontade na cadeira do ‘reality’”, avalia.
P – Esse ano você completa uma década de “The Voice Brasil”. O que o instiga a renovar seu vínculo com o programa a cada nova temporada?
R – A sensação de ter muito a ensinar e a aprender. Sou o único técnico que está desde a primeira temporada e, ao longo do tempo, aprendi a organizar minha vida de lançar discos e fazer turnês com as gravações do programa. Me divirto muito nos bastidores e sigo entregue ao processo de seleção e com os ouvidos atentos.
P - Qual seu principal critério para virar a cadeira?
R - Do primeiro episódio até agora, sou levado pela emoção que as vozes me proporcionam. Costumo dizer que o mais importante para mim é o “arrepiometro”. Já ouvi vozes incrivelmente potentes, mas sem alma. O ideal é quando a potência dos agudos me mostra o coração dos participantes. Aí é quando aperto mesmo o botão e viro a cadeira (risos).
P - A última vez que um pupilo seu venceu a disputa foi em 2014. Sente falta de ganhar no “The Voice Brasil”?
R - Com certeza. E eu tento bastante. Não estou ali apenas para ver o (Michel) Teló vencendo (risos). No fim, acho que quem ganha mesmo é o público.
P - Qual você acha que é o segredo do Teló?
R - Ele é perfeccionista e leva a música muito a sério. O conheci de fato no cotidiano do programa e hoje sou um grande admirador. Entendo porque ele venceu tantas temporadas. Criamos uma conexão artística muito bacana e torço por meus adversários. A gente faz aquele clima de rixa na hora de disputar os candidatos, mas nos bastidores é só amor.
P - Você ficaria mais 10 anos no programa?
R - Não sei o dia de amanhã, mas fazer parte desse time me deixa feliz. O “The Voice Brasil” oferece o melhor em entretenimento e isso é resultado de um trabalho legal que começa pela direção do (Creso Eduardo Macedo) Creso e do Boninho. A orientação deles é preciosa para gente, dá uma perspectiva de como chegar ao coração do público. Além disso, temos uma banda sensacional. Eu mesmo já peguei dois membros da banda do programa para trabalhar comigo (risos).
“The Voice Brasil” - Globo - Terças e quintas, às 22h30.