POR CAROLINE BORGES
TV PRESS
Douglas Silva está nostálgico em “Todas as Flores”, original Globoplay. Na novela de João Emanuel Carneiro, o ator retomou o contato com seu lado musical ao viver o sambista Oberdan. Ele, que ficar em evidência com o recente terceiro lugar na última temporada do “Big Brother Brasil”, também já se aventurou pelos palcos ao integrar um grupo de samba há alguns anos. “É muito bom trabalhar com atuação, mas também retomar esse lado musical. Estava há um tempão sem cantar. Então, foi gostoso reviver toda essa emoção da música dentro da dramaturgia. Tive até a chance de aprender a tocar cavaco”, vibra.
Na novela feita exclusivamente para o streaming, Oberdan é casado com Jussara, papel de Mary Sheila, e, juntos, formam o casal que é fenômeno no pagode da atualidade. Eles se conheceram no bairro da Gamboa, construíram uma carreira meteórica juntos e há mais de duas décadas se mantêm no topo das paradas musicais. Casal símbolo do pagode carioca, eles arrastam multidões cantando suas músicas. “A família é linda, querida, me sinto à vontade com essa galera do núcleo”, afirma.
P – A trama de “Todas as Flores” marca seu retorno às novelas após sua participação no “Big Brother Brasil”. Como foi essa volta?
R – Estou muito feliz com essa oportunidade. É mais um trabalho que vou cumprir com toda a minha responsabilidade e mandar bem como em todos os meus outros projetos. O Oberdan foi um personagem que me chamou muito a atenção. Ele sofre de uma doença chamada priapismo, que é quando a pessoa tem ereção involuntária. No entanto, o Oberdan utiliza dessa doença para agir com falta de caráter.
P – Como foi seu trabalho de composição para o Oberdan?
R – Eu até me inspirei em algumas pessoas conhecidas (risos), mas não posso dar nomes, né? Não digo que me inspirei no jeito sem vergonha ou malandro do Oberdan. Mas acho que esse olhar meio predador, que está sempre pronto para fazer alguma besteira. Tenho alguns amigos assim. Acho que faz parte. Todo mundo tem seu lado Oberdan. Não digo, claro, do transtorno compulsivo ou sexual. Mas digo o lado paquerador, ver alguém interessante em uma festa e tentar paquerar.
P – Na trama, o Oberdan está envolvido no universo da música. Qual era a sua relação com a música antes da novela?
R – Eu sou bem ligado em música. Eu tive um grupo de samba, o Soul Mais Samba, que fiquei até 2016. Gravei até DVD. É muito legal estar trabalhando e interpretando um músico. Estava há tempão sem cantar. Por isso, até fiz aula de canto e aula de cavaco. Era algo que eu queria muito. Tinha muita vontade de aprender um instrumento de harmonia.
P – Você tem vontade de retomar esse lado da música após a novela?
R – Pensei muito nisso. Uma galera tem me perguntando se eu não quero voltar ao universo da música. Para ser sincero, deu uma esquentadinha aqui dentro, sabe? Uma vontade. Mas demanda muito tempo. Quando eu estava músico, deixava de ficar com a minha família em alguns finais de semana. E eu nem viajava tanto quanto os meus amigos que realmente estão envolvidos com música.
P – A sua passagem pelo “Big Brother Brasil” rendeu uma visibilidade enorme para você, mas também para sua filha Maria Flor. Ela tem planos de seguir pela carreira artística também?
R – Ela recebeu convite para uma novela. Nem sei se podia estar falando isso (risos). A gente está desenrolando tudo para ver o que vai acontecer. Ela é uma criança, tem 10 anos. A idade, inclusive, que eu apareci na televisão. Mas é uma situação totalmente diferente da minha. Sou cria da favela, minha mãe teve cinco filhos. Eu via a situação da minha mãe. Sempre deixei a Maria Flor viver a idade dela para não ser um adulto frustrado. Se ela quiser trabalhar com isso, vamos sentar e conversar para organizar tudo. Se ela não quiser, vou aceitar também. Ela tem de fazer o que ela quiser.
“Toda as Flores” – Capítulos disponibilizados semanalmente no Globoplay.