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Opinião Sexta-feira, 12 de Julho de 2024, 08:53 - A | A

12 de Julho de 2024, 08h:53 - A | A

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O argumento de todos para não fazer

Todos os entes envolvidos tem seus argumentos para se esquivar da responsabilidade de fazer a sinalização da MT 208, nas adjacências do acesso à Alta Floresta



José Vieira do Nascimento

A audiência Pública realizada no final do mês de junho pela Ager– Agência Estadual de Regulação - em Alta Floresta, deixou evidente que o problema crônico no trecho da MT 208 que permeia a cidade, as tão citadas rotatórias, continuam sem perspectivas de execução, apesar de serem obras urgentes.

Foi um evento muito esclarecedor não pela previsibilidade de resultados imediatos. No entanto, de uma forma subjacente, ficou absolutamente claro que nenhum dos agentes envolvidos são responsáveis diretos pelas obras de implantação de melhorias para a segurança do trânsito, neste perímetro.

Cada um tem o seu argumento para não fazer. Como se sabe, a rodovia é concessionada para a Via Brasil, que vem sendo cobrada para executar as obras de infraestrutura. Entretanto, durante a audiência, um diretor da empresa, afirmou que está sendo discutido o reequilíbrio financeiro do contrato de concessão, elaborado em 2018, quando a realidade do município era outra.

Por conseguinte, esquivando de preconizar qualquer previsão de duplicar, sinalizar e construir as intercessões de acesso na entrada da cidade. E deixando muito evidente que, a depender da Via Brasil, seguirá por tempo indeterminado tudo da mesma forma como está!

Outro ponto importante que foi esclarecido pela Via Brasil, é que não procede o que falam certos políticos, que a concessionária não permite que a prefeitura faça melhorias no trecho urbano da MT-208, em Alta Floresta.

Uma diretora da empresa afirmou que quando a Via Brasil foi consultada sobre o município colocar lombadas eletrônicas e redutores de velocidade, informou que, como se trata de uma concessão do Estado, o projeto deveria ser apresentado a Ager e Sinfra [Secretaria de Infraestrutura de Mato Grosso].

Diante disto, portanto, para quem quis entender, a única alternativa que há para a acontecer as obras de duplicação, sinalização e rotatória de conversão, primeiro seria ter interesse e realmente querer encontrar uma solução para um problema crucial para a população.

Segundo: a classe política se unir em torno de um objetivo comum, e estabelecer um diálogo com o governo estadual no sentido de viabilizar a legalidade para as obras necessárias serem executadas.

Todavia, para isto, é necessário se ter boa vontade, empatia com a população e deixar de lado a falácia, os discursos remitentes e inócuos de falas evasivas e pensar no que estas obras representam para Alta Floresta. Para salvar vidas... Sobretudo de quem mora nos bairros situados do outro lado da rodovia.

Não dá mais para esperar! Um dado que chama a atenção, apresentado pela própria Via Brasil durante a audiência Pública, foi que após ser colocado a sinalização com os cones na entrada da cidade, houve uma redução de 20% no número de acidentes no local. Por aí dá para se ter uma noção de quantas vidas poderiam ter sido salvas se o trajeto urbano da MT -208 em Alta Floresta fosse devidamente estruturado.

É necessário se ter boa vontade, empatia com a população e deixar de lado a falácia, os discursos remitentes e inócuos de falas evasivas e pensar no que estas obras representam

Alta Floresta tem sido administrada por gestores desprovidos de capacidade de observar o futuro. A cidade é um importante polo em franco desenvolvimento. Contudo, a gestão pública, por desinteresse ou ausência de vontade, não consegue acompanhar o ritmo da iniciativa privada e fazer a sua parte frente a este processo.

Há quase 30 anos, o ex-prefeito Elói Almeida, que encerrou o mandato em 31 de dezembro de 1992, construiu o asfalto que ligou a cidade à MT 208. Parou nisto!

Em todos estes anos, nenhum prefeito fez qualquer outro investimento na entrada da cidade. E já estamos no vigésimo quarto ano do século 21.

Estamos diante de um dilema que não pode continuar. Nossa gente não pode permanecer vulnerável, com a vida em risco, por falta de obras elementares, que deveriam ter sido implantadas há décadas. É hora de reagir!

José Vieira do Nascimento - Jornalista, pós graduado em Comunicação, editor de Mato Grosso do Norte. Email: [email protected]

 

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