Assessoria
O deputado estadual Diego Guimarães (Republicanos) sugeriu, durante audiência do Ministério Público de Mato Grosso realizada na quinta-feira (03), que o Governo do Estado forme um grupo para regularizar a mineração em Peixoto de Azevedo.
Com a participação de líderes dos Três Poderes, a audiência ocorreu a noite na Câmara Municipal e pretendia esclarecer dúvidas sobre como os balseiros atuam na mineração do município.
A relação entre garimpeiros e Governo do Estado estremeceu após surgirem rumores sobre descarte irregular de resíduos no Rio Peixoto. Os órgãos de controle, entretanto, investigam a acusação.
"Sendo objetivo e propositivo, sugiro nesta audiência pública que criemos um grupo de trabalho tendo o Ministério Público, as cooperativas, a Secretaria de Meio Ambiente [Sema], o Instituto Braisleiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis [Ibama], a Marinha do Brasil, a Agência Nacional de Mineração e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Podemos nos antecipar fazendo uma cartilha e preparando a legalização dos balseiros com relação à atividade dentro dos rios", disse.
Não existe garimpo ilegal, mas pode ter garimpo irregular. Tenho certeza que nenhum dos senhores aqui coaduna com crime
Diego avaliou que a regularização seria uma estratégia eficiente para valorizar e proteger os garimpeiros.
Além disso, o deputado apontou que os garimpos foram historicamente essenciais para o desenvolvimento econômico de Peixoto.
"Não existe garimpo ilegal, mas pode ter garimpo irregular. Tenho certeza que nenhum dos senhores aqui coaduna com crime. Nós queremos condições, dentro da legalidade, de regularizar todos os garimpos de Peixoto", afirmou.
"Dentro do Estado, existe essa atividade minerária para continuar honrando a história dos garimpeiros que passaram por aqui nas décadas de 70 e 80, fazendo essa cidade ter mais de 90 mil habitantes na época e hoje ser o que é. Se o garimpo parar, infelizmente Peixoto também para e não é isso que queremos", garantiu.
"Não nos veremos como inimigos"
A presidente da audiência, promotora Fernanda Saratt, relatou que pretende encerrar a relação de inimizade entre balseiros e Governo do Estado.
"Essa audiência pública veio para esclarecer muita conversa paralela que escutamos. Ela trouxe todos os órgãos de fiscalização para dizer quais são os procedimentos necessários para regularizar a atividade e trazer informação acerca dos possíveis crimes ambientais praticados, então é necessário conhecimento para garantir que os balseiros não sejam injustiçados. Não vamos mais nos ver como inimigos, mas sim parceiros para regularizar a atividade", observou.
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Max Russi (PSB), considerou que a audiência promoveu soluções rápidas para os balseiros.
"A audiência foi muito boa. Os encaminhamentos dados foram um bom caminho para que, no curto prazo, possamos voltar a vê-los novamente no rio, tirando a sua produção e sustento", completou.