Mato Grosso do Norte
A vereadora Edileuza Ribeiro (PMB), reeleita em Guarantã com 475 votos, para o sétimo mandato, é acusada de suposta prática de abuso de poder econômico e compra de votos na eleição deste ano. A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), foi proposta pelo Ministério Público Eleitoral está em fase de alegações finais.
O MP pede a inelegibilidade e cassação do registro de candidatura ou do mandato da vereadora. De acordo com as investigações do MP, a parlamentar, quando estava em campanha, prometeu doação de casas populares, por meio de arrombamento de residências abandonadas.
Em 19 de setembro, por volta das 15h07, Roni Clesio de Lima da Silva, Valdenir Pereira dos Santos e Sandro Lúcio de Oliveira, foram presos por arrombarem uma residência em Guarantã.
Os três admitiram, em interrogação, que adentraram à residência por orientação de Edileuza. “Esclareceram que a instrução repassada era para eles localizarem alguma casa abandonada, diligenciarem em busca de documentos referentes à mesma e entregar à vereadora para que ela providenciasse a doação do imóvel a eles”, consta no trecho da denúncia.
Um dos presos confirmou que essa suposta prática de Edileuza é recorrente e que sua avó teria ganho em junho uma casa no bairro Santa Marta, construída por meio de um projeto habitacional de convênio firmado entre a prefeitura e o Caixa Econômica Federal.
Edileuza teria usado o nome da prefeita Sandra Martins para dar credibilidade às invasões. A gestora, em depoimento, afirmou que seu nome foi utilizado indevidamente e utilizou a imprensa local para alertar à população acerca do boato.
Além de depoimentos, o Ministério Público teve acesso à gravação de áudio em uma igreja evangélica, em que Edileuza faz campanha, pede votos e prometeu a doação de casas. “Dessa forma, concluiu-se que a vereadora vem praticando diversos ilícitos eleitorais, caracterizados como abuso do poder econômico e de autoridade, compra de voto, doações ilegais de campanha, comício dentro de estabelecimento religioso, distribuição gratuita de bens e captação ilícita de sufrágio”, consta no despacho do MP Eleitoral.
Outro lado - Mato Grosso do Norte entrevistou a vereadora Edileuza no final da campanha eleitoral, para uma matéria publicada no dia 28 de setembro, na qual ela se defende destas acusações, afirmando que foi vítima de uma armação da prefeita Sandra Martins.
O motivo, segundo ela, seria pelo fato de ter abandonado a coligação em que seria candidata ao executivo municipal e o marido da prefeita Sandra, seria o candidato a vice-prefeito. Na oportunidade, Edileuza deixou o grupo ligado a prefeita e aderiu a coligação do então candidato a prefeito, Érico Stevan, que acabou se elegendo prefeito em Guarantã do Norte.