por Caroline Borges
TV Press
A relação de Rodrigo Faro com os participantes do “Canta Comigo Teen”, quadro do “Hora do Faro”, se tornou bastante pessoal. Assim como boa parte do “casting” da competição musical, o apresentador de 47 anos também iniciou sua trajetória profissional na infância. Por isso mesmo, a cada avaliação negativa dos jurados, Faro estava a postos para levar sua experiência de vida para consolar os candidatos. “Eu queria mostrar para eles que um ‘não’ nunca é algo definitivo ou negativo. Pode ser uma forma de você repensar seu caminho. Toda competição é como a vida. É feita de frustrações. A questão é como vamos usar essas frustrações para sedimentar seu futuro e sucesso”, explica.
O “Canta Comigo Teen” marca a estreia de Faro com o público infantojuvenil. O principal contato do apresentador com adolescentes acontece em casa. Ele é pai de Clara, de 15 anos, Maria, de 12, e Helena, de 7. As três meninas são fruto de seu casamento com a apresentadora Vera Viel. Do trio, a pequena Maria é a que desponta ativamente para seguir os passos do pai no vídeo. “Recentemente, gravamos uma música no estúdio que tenho em casa e me surpreendi com a voz dela. Acho que está no DNA dela esse lado artístico. A Maria gosta de me acompanhar nas gravações e faz várias perguntas sobre roteiro, luz, posicionamento de câmera”, valoriza.
P – O que mais o atraiu em comandar o “Canta Comigo Teen”?
R – Fiquei muito feliz quando me chamaram para apresentar esse programa. O “Canta Comigo” já é um sucesso. A versão “teen”, no entanto, está sendo produzida pela primeira vez no mundo. É um privilégio estar à frente desse formato inédito com crianças. É impressionante o material humano que temos no palco. É muito mais do que uma competição. Tive um crescimento como profissional e pessoa também. Fui arrebatado pelas apresentações. Fiquei sem palavras em diversos momentos. É o programa certo para as tardes de domingo. Tem música, emoção, risada e talento. Foi uma experiência que nunca vou esquecer.
P – Como assim?
R – Eu tinha alguma experiência de lidar com crianças no “Hora do Faro”, mas, no “Canta Comigo Teen”, isso foi bem mais intenso. Eu gosto de falar de igual para igual com a criança. Cada criança que subiu naquele palco me emocionou e me arrepiou. Quando apresentei o “Ídolos”, tive a chance de lidar com o sonho das pessoas. Vi tudo o que aprendi no “Ídolos” ser potencializado. As 88 crianças que passaram pelo palco carregam emoção e talento. O “Canta Comigo Teen” é um formato muito vencedor e tem tudo para rodar o mundo.
P – Você divide o comando da produção com Ticiane Pinheiro, uma amiga de longa data. Como tem sido trabalhar ao lado da apresentadora?
R – Conheço a Tici há muitos anos. Quando crianças, a gente ia participar de um grupo infantil chamado Ultraleve. Seria eu, Tici, a Angélica e um outro menino. Tenho um carinho gigantesco pela Ticiane. Ela é como uma irmã para mim. Batalhamos muito para trabalharmos com o que amamos. Agora, depois de tantos anos, é uma honra reencontrar a Tici para apresentar um programa. Ela tem uma força da natureza, uma maluquice do bem e transborda amor por onde passa. O nome disso é carisma. Estamos fazendo uma tabelinha incrível.
P – O programa foi gravado na fase de flexibilização das medidas de isolamento social. Como foi gravar seguindo novos protocolos de segurança e higiene?
R – Tivemos um cuidado enorme para colocar no ar uma produção desse tamanho no meio de uma pandemia. No meu camarim, só entrava eu e mais um profissional. Eu mesmo fazia minha maquiagem. Além dos testes, antes de entrar no estúdio, minha temperatura era medida. As crianças ficavam distantes e também contavam com um acrílico separando. Eu ficava bem distante das crianças quando entrevistava, mas o diretor estava sempre me lembrando de ficar o mais longe possível. Quase caí do palco (risos). Meu microfone era entregue em um saco plástico higienizado. A mesma coisa acontecia com o meu ponto. Acho que seguimos mais protocolos do que a OMS pedia.
P – A versão original do “Canta Comigo” foi apresentada por Gugu Liberato, que faleceu no final do ano passado. Você buscou ter uma identidade própria à frente do “talent show”?
R – Foi uma honra pisar em um palco que o Gugu consagrou. Pedi licença aos jurados e tentei trazer o meu DNA para o projeto que tinha e tem a cara do Gugu. Toda vez que piso em um palco eu lembro do Gugu. Ele foi uma figura fundamental na minha carreira, um dos meus maiores mestres. Ele me ensinou muito e me deu muitas oportunidades. O Gugu me fez apresentador.
"Hora do Faro" - Record - domingo, às 15h15.