CARTA Z
Rodrigo Faro é um velho conhecido de quem acompanha a programação da tevê. Da "boy band" Dominó, passando por novelas globais como "Malhação" e "O Cravo e A Rosa", ele foi para a Record em 2008, quando começou a investir na carreira de apresentador. Sucesso à frente do "O Melhor do Brasil", exibido aos sábados, Faro ganhou uma chance aos domingos, com "A Hora do Faro". "Cheguei em uma briga de titãs e consegui fazer frente. É um motivo muito grande de orgulho", comemora. Há dois anos no novo programa e com os pés fincados na vice-liderança do horário – cerca de 11 pontos –, o apresentador garante que é receoso na hora de promover mudanças ao formato – "Em time que está ganhando não se mexe", brinca –, mas que está em um processo de constante reformulação, tanto na forma de conduzir a produção quanto para criar novos quadros. "Já me sinto completamente confortável aos domingos. Mas não esqueço nunca de que não quero deixar o segundo lugar e que quero continuar lutando pelo primeiro", planeja.
P – No próximo mês, completa dois anos que o "A Hora do Faro" é exibido aos domingos. Como avalia a trajetória do programa?
R – Na verdade, eu não imaginava que fosse ser tão bom. Há dois anos, vivo um sonho. A audiência está cada vez maior, consolidamos a vice-liderança e, muitas vezes, chegamos a ficar em primeiro lugar. Cheguei aos domingos com um pouco de receio. É uma briga de titãs: tem Faustão, Silvio Santos, Eliana, futebol... Então, não canso de me surpreender com os resultados. Mas, apesar de pisar em nuvens, tenho cuidado constante para não deixar a peteca cair.
P – Como assim?
R – Mais do que apresentar uma nova temporada a cada ano, eu quero mostrar um novo programa a cada domingo. Meu desafio é não cair na mesmice porque a competição é muito grande. Fico pensando diariamente em quadros novos e quando apresentá-los ao público. Porque a gente sente quando está precisando dar um "up". Por exemplo, para 2016, mudamos o cenário e ainda temos quatro ou cinco novos quadros para mostrar. Não quis estrear de cara com uma programação nova.
P – Em geral, os programas de auditório se repetem muito. Como fazer para manter a originalidade?
R – É difícil, mas eu acho que é uma das coisas que mais me motiva nesse trabalho. Por exemplo, quadro de namoro todo mundo tem. E é o máximo. Não posso dizer que alguém está me copiando e nem posso querer inventar a roda. Cada um faz da sua maneira. E eu consegui impor um jeito que é meu e único. Até porque tenho de fazer diferente do que as pessoas vêm fazendo ou já fizeram. Meu diferencial é sempre dar a minha cara, mostrar quem sou eu e fazer do jeito que eu sei, sem querer inventar.
P – Como é a sua relação com a produção do programa?
R – Eu me meto em absolutamente tudo (risos). Gosto de dar pitaco mesmo, de sugerir, de pensar junto, de criar. De segunda à sexta, eu respiro "A Hora do Faro". Faço viagens, gravo quadros, me preparo para o domingo. Só paro aos finais de semana. E aí porque é uma necessidade minha. Só consigo enfrentar essa rotina porque tenho o final de semana em casa, com minha mulher e minhas filhas. Gosto de ser pai e preciso desse tempo para mim.
P – Você é um profissional muito "pé no chão". Alguma vez já se deslumbrou com o sucesso?
R – Quando entrei na Globo, em 1996, obviamente me assustei. As mulheres caiam em cima de mim (risos). Pensei "vou pegar todas, andar de carrão" (risos). Mas lembrei rapidamente da criação que tive. Perdi meu pai muito cedo – aos 13 anos – e sempre fui um cara responsável. Então, essa fase foi mais na minha imaginação do que na realidade.
"A Hora do Faro" – Record – Domingo, às 15:30 h.