Carta Z
CAROLINE BORGES
TV PRESS
O trabalho de um ator vai muito além das cenas diante das câmaras. Antes da estreia de um projeto, há meses de um intenso processo de pré-produção e composição. Para viver a cantora Elis nos cinemas, Andreia Horta passou por um longo período de ensaios e estudos sobre a artista e tudo o que envolvia seu universo. Por isso mesmo, a atriz acreditava que esse ciclo já havia sido concluído em sua vida após o lançamento do longa em 2016. No entanto, há poucos meses, ela se viu diante da trajetória da cantora novamente ao ser chamada para gravar novas sequências para a complementar a obra para ser exibida na tevê, na minissérie “Elis – Viver é Melhor que Sonhar”, que estreia no próximo dia 8 de janeiro. “De começo, achava uma ideia maluca. Essa missão já havia sido concluída. Não é simplesmente voltar. Tem todo um processo de sala de ensaio e trabalho. Porém, mudei de opinião rapidinho. Vi que ainda tinha muita história para contar. Se essa oportunidade está batendo na porta, a gente nunca diz não”, vibra.
Ao contrário do longa, a produção para tevê contará com material documental e cenas inéditas de ficção, gravadas especialmente para a minissérie. Além disso, Tom Jobim, Rita Lee e Vinicius de Moraes, interpretados por Sérgio Guizé, Mel Lisboa e Thelmo Fernandes, respectivamente, são os personagens introduzidos nesta nova empreitada. “É maravilhoso colocar a produção em uma plataforma que distribuiu para o país inteiro e também pode ir para outros países. Ter um alcance em alta escala. Temos um material mais completo, com depoimentos e matérias. Estou muito feliz em voltar a esse projeto”, valoriza Andreia, que gravou suas novas sequências com peruca. “No filme, também usei peruca. O único cabelo que era meu foi o curtinho. A fase jovem e velha foi tudo com peruca. Agora também precisei usar novamente”, completa.
A minissérie de quatro episódios, que será exibida durante a programação de férias da emissora, também estará disponível na plataforma Globoplay. Para Andreia, a reexibição do projeto vem em um momento propício da história do país. “Todo o período artístico da Elis se deu durante a Ditadura Militar. Acho muito importante chegar em janeiro um trabalho desses. É o mês em que a Elis faleceu e o Brasil começa um novo capítulo. Ter a Elis falando o que ela fala é muito importante”, explica.
Aos 35 anos, Andreia está na tevê desde 2006, quando participou da minissérie “JK”. Antes de se firmar na Globo, ela passou pela Record, onde da novela adolescente “Alta Estação”, e participou da série “Alice”, da HBO. De volta à Globo em 2010, a atriz integrou produções como “Cordel Encantado”, “Amor Eterno Amor”, “Liberdade, Liberdade” e “Tempo de Amar”. No entanto, foi a participação no filme sobre Elis Regina que marcou um novo momento na trajetória de Andreia. “Foi um divisor como atriz, sem pensar no que resultaria para a minha carreira. Carreira é mais para quem vê ou está de fora. Me ocupo de saber o que um trabalho me trará de experiências novas e o que agregará. Elis foi um crescimento como pessoa e como atriz”, analisa.