Sábado, 27 de Julho de 2024

Caderno B Sexta-feira, 18 de Novembro de 2022, 09:32 - A | A

18 de Novembro de 2022, 09h:32 - A | A

Caderno B / CINCO PERGUNTAS

Com todo o gás

Com agenda cheia na tevê e no teatro, Ana Lúcia Torre volta ao ar na trama de “Travessia”



POR CAROLINE BORGES
TV PRESS

Ana Lúcia Torre ostenta mais de quatro décadas de bons serviços prestados às artes. Conhecedora de cada detalhe e canto dos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, a veterana atriz não ignora a ansiedade e a inquietação antes de estrear em um novo trabalho. Por isso mesmo, ao pisar pela primeira vez no “set” de “Travessia”, Ana Lúcia rapidamente identificou o nervosismo habitual pelo início de uma nova jornada diante das câmeras. “Esse frio na barriga não morre nunca. Não importa quanto anos de carreira eu tenha. Cada trabalho é uma jornada nova. A gente encara novos personagens e novas personalidades. O texto da Gloria (Perez) me ajudou muito a ficar mais à vontade no meu primeiro dia em estúdio”, conta Ana Lúcia, que vive a sensível Tia Cotinha.
Na atual novela das nove da Globo, Cotinha é tia de Helô, Leonor e Guida, interpretadas por Giovanna Antonelli, Vanessa Giácomo e Alessandra Negrini. É na casa dela que as três sobrinhas tentam manter algum contato, nem sempre cordial. “Ela é tia de um trio explosivo (risos). A Cotinha conhece muito bem cada uma das três. Gosto porque, ao mesmo tempo que é acolhedora, ela é incisiva e com opiniões autênticas e fortes. Não passa a mão na cabeça de ninguém”, defende.

P – Recentemente, você esteve no elenco de “Quanto Mais Vida, Melhor!”, que foi gravada no período mais agudo da pandemia. Estava nos seus planos voltar ao ar em tão pouco tempo?

R – Sim, era uma chance muito boa de retornar ao vídeo. Depois de tantos anos de carreira, eu nunca tinha trabalhado ao lado da Gloria. É minha primeira vez trabalhando com um texto dela e está sendo uma alegria, né? A Tia Cotinha é uma personagem muito boa porque ela é incisiva e vai direto ao ponto. É aquele tipo de personagem que está sempre trazendo os outros para a realidade.

P – No entanto, quando o convite para a novela chegou, você estava em cartaz no teatro com a peça “Longa Jornada Noite Adentro”. Você precisou fazer alguma adaptação em sua agenda para integrar o elenco do folhetim?

R – A gente interrompeu a temporada, mas essa parada já estava prevista de qualquer forma. Vamos voltar com a temporada em maio, no Rio de Janeiro. Porém, por conta da reta final da peça, eu não consegui fazer a preparação com o elenco. Fiz sozinha em casa, mas sempre tendo toda a assessoria da direção e da Gloria quando tinha alguma dúvida. Achei um pouco complicado trabalhar sozinha. Acho, inclusive, que isso aumentou minha sensação de frio na barriga antes de iniciar um projeto.

P – Como assim?

R – A gente sempre carrega um friozinho na barriga, né? Não importa se você tem muito tempo de estrada. Cada trabalho é um personagem e, principalmente, uma personalidade diferente a qual você precisa dar voz. Sempre tem aquele clima de primeiro dia de aula. O texto da Gloria me ajudou muito. É um texto que fico muito à vontade. Tudo escrito de uma forma tão gostosa. É um texto muito fácil de falar e decorar. Uma linguagem macia.

P – Ao conhecer mais da história da Tia Cotinha, o que mais chamou sua atenção na trama da personagem?

R – Acho que o fato dela ser tão acolhedora. É engraçado porque ela tem limites próprios muito fortes. Não é uma tia fofinha. Claro que não maltrata ninguém. Mas ela fala um monte, alerta quando a cilada está próxima. Ela não passa a mão na cabeça, mas não é uma pessoa desagradável. Ela acolhe e está sempre mediando esse trio explosivo do sobrinhas.

P – Recentemente, você esteve no ar nas reprises de “Verdades Secretas” e “O Cravo e a Rosa”. Você tem o costume de rever seus trabalhos antigos?

R – Sim. Estava, inclusive, adorando rever “Verdades Secretas”. Tenho ótimas lembranças. Fizemos uma teledramaturgia muito ousada. No início estávamos bem apreensivos de como isso seria recebido pelo público. O que me foi mais gratificante foi ver como o público entrou de cabeça nessa novela, apoiou e comentou o tempo inteiro. Eu era muito abordada nas ruas, e sou uma pessoa que sai pelo entorno da minha casa. Eu converso com a funcionária da lavanderia, costumo bater altos papos com os caixas de supermercado, com o sapateiro, tenho esse hábito de conversar com as pessoas. E essa foi a minha grande surpresa: como todo mundo embarcou nessa trama.

“Travessia” – De segunda a sábado, às 21h30, na Globo.

 

Comente esta notícia

Rua Ivandelina Rosa Nazário (H-6), 97 - Setor Industrial - Centro - Alta Floresta - 78.580-000 - MT

(66) 3521-6406

[email protected]