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Caderno B Sexta-feira, 15 de Julho de 2022, 09:56 - A | A

15 de Julho de 2022, 09h:56 - A | A

Caderno B / Cinco Perguntas

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POR CAROLINE BORGES
TV PRESS

Em nova fase do “Encontro”, Manoel Soares valoriza troca de experiências com o público nas manhãs da Globo

Os estúdios de tevê são pequenos para Manoel Soares. No comando do “Encontro”, o apresentador gosta de ir muito além das pautas e dos assuntos abordados no matinal. Para isso, ele coleta experiências e reforça uma vivência de olho no olho com o público nas ruas. E é em meio a suas andanças por São Paulo que o jornalista mergulha na realidade que alimenta o debate todos os dias nas manhãs da Globo. “Sou quase um sociólogo orgânico. Posso ser a experiência e o cientista ao mesmo tempo. Gosto muito de ter essa liberdade para explorar São Paulo e suas histórias. Não quero, por conta da visibilidade que vai ficar mais intensa, deixar de sentar e conversar com as pessoas”, explica.
Ao lado de Patrícia Poeta, Manoel encabeça uma nova fase do “Encontro” após a saída de Fátima Bernardes, que irá comandar a próxima temporada do “The Voice Brasil”. Além dos novos apresentadores, o matinal também mudou sua transmissão do Rio de Janeiro para São Paulo. “Acho que São Paulo é uma cidade que representa a esquina do mundo. Então, quando chegamos em São Paulo, entramos nessa rotina paulistana, temos a oportunidade de ser cada vez mais plurais, o que para mim faz uma grande diferença. Gosto do meu trabalho, estou muito animado com essa nova fase, e a rotina não me assusta”, afirma.

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P – Você começou sua trajetória na Globo no “Encontro”, em 2016. Como está sendo encarar essa nova fase no matinal?

R – Tenho uma relação de muito afeto com “Encontro”, porque foi o programa pelo qual eu entrei na Globo – eu já era da RBS TV (afiliada Globo no Rio Grande do Sul). Eu tenho no “Encontro” uma relação de casa; toda vez que eu me sento naquele sofá e coloco o microfone no rosto, a sensação é de família. Comecei na televisão com serviço braçal. Então, é muito bom pegar essa experiência, ouvir todos os colegas, coletar essas informações e poder passar esses dados para a frente do vídeo. A gente pode se conectar com o público logo pela manhã. O “Encontro” me proporciona análises muito boas.

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P – Como assim?
R – Sou meio bagunceiro, mas sou muito estudioso (risos). Sou quase um sociólogo orgânico. É como se eu pudesse ser a experiência e o cientista ao mesmo tempo, sabe? Ao mesmo tempo que a gente fala sobre algum estudo do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), por exemplo, eu também posso ir até Paraisópolis ver esse estudo na prática. Estou muito nesse “flow”. Não quero, por conta da visibilidade, deixar de ir na 25 de Março (rua de comércio popular em São Paulo) para andar, sentar e conversar com as pessoas. Já tive experiências inacreditáveis a partir desse contato com o público.

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P – Teve alguma história que foi mais marcante?

R – Uma vez, durante uma reportagem para o “Encontro” perto da Galeria 24 (de Maio, em São Paulo), fomos cercados por um grupo de jovens super agressivos: “Aí, vocês são da Globo, né? Cola aí que queremos falar com você. A gente tem um papo sério, desliga a câmera aí. Olho no olho, papo de homem”. Quando me aproximei para saber o que era, eles me fizeram o seguinte questionamento: “Dá para fazer a TV Globinho voltar?”. Juro que aconteceu (risos). Até falei para eles que eles nem tinham mais idade para ver o programa. Acho essas intervenções fantásticas.

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P – Após 10 anos no ar, o “Encontro” deixa os Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, e desembarca em São Paulo. Como você tem lidado com essa mudança de cidade?

R – Tenho uma relação muito boa com São Paulo. Estou morando aqui agora e vim com meus filhos. São seis filhos, mas moram nove pessoas na minha casa. Na pandemia, eu precisava sair de casa para ficar em isolamento social (risos). Curto muito essa cidade. Nasci na Bahia, morei no Rio Grande do Sul, amei viver no Rio, mas São Paulo é a minha essência. Gosto do basquete de rua, essa coisa mais urbana. Estou muito feliz de estar em casa.

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P – Você e a Patrícia já estiveram juntos no comando do “É de Casa” e do “Encontro”. O que muda nessa nova fase profissional ao lado da jornalista?

R – A minha relação com o “É de Casa” é deliciosa, inclusive porque lá eu fui recebido pela Patrícia. Estar hoje ao lado dela dando todo o suporte que é preciso para o programa é de um orgulho muito grande. Tenho um carinho muito grande por ela, nós temos muitas coisas em comum e acredito que será lindo esse momento que construiremos juntos.

“Encontro” – De segunda a sexta, às 9h30, na Globo.

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