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Caderno B Sexta-feira, 26 de Agosto de 2022, 09:23 - A | A

26 de Agosto de 2022, 09h:23 - A | A

Caderno B / PERFIL

Tempo de renascer

Nos braços do público, Isabel Teixeira se emociona com as superações da Maria Bruaca de “Pantanal”



POR GERALDO BESSA
TV PRESS

Isabel Teixeira tem memórias muito vívidas da primeira versão de “Pantanal”. Com 14 anos à época, a atriz ficou impactada com o viés ecológico da produção, marcada por cenas mais orgânicas e bucólicas, e com uma mensagem forte abordando a preservação da natureza e os conflitos agrários – pautas sempre presentes no texto de Benedito Ruy Barbosa. Uma personagem, entretanto, chamou sua atenção em especial: Maria Bruaca, então defendida por Ângela Leal. Sem virar onça ou cobra, a história realista da mulher que vive um casamento opressor e que de forma muito contundente passa a lutar pela própria liberdade e felicidade tocaram o coração de Isabel. Pouco mais de três décadas depois, ela se empolga por viver o papel no “remake” de Bruno Luperi. “O desenho dramático da Bruaca é muito forte. Casou muito jovem, se apaixonou, fez uma vida com o marido, uma pessoa de quem gostava de fato. Mas não percebia quão aprisionada estava. E aí acontecem as viradas da personagem, nas quais ela vai se conhecendo, enxergando melhor e percebendo que ela pode e merece mais do que sempre teve”, analisa.

Logo que recebeu o convite para a produção, Isabel tratou de fazer o “dever de casa” e rever cenas da primeira versão, com foco em Maria Bruaca. Tendo de enxugar as lágrimas algumas vezes durante a “maratona”, ela logo percebeu que, muito além de superação de dilemas e traumas, a trajetória de Maria Buraca era essencialmente um renascimento. “Ser uma mulher de 50 anos, sei bem sobre isso porque farei em breve, é um renascimento, uma redescoberta de tudo. Do sexo, do amor, da liberdade, da paixão, da alegria de viver, do aqui e do agora”, avalia a atriz de 48 anos. Esse desabrochar da personagem acabou por causar uma comoção nas redes sociais e conquistar o público, que fez Isabel, uma atriz essencialmente teatral, descobrir o poder de repercussão da tevê. “Me considero uma iniciante na tevê. Ver a personagem virando meme e caindo na boca do povo foi divertido demais. É lindo o carinho e a empatia das pessoas com a Bruaca”, ressalta. 

Foto: Divulgação/TV Globo

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Por muitos capítulos, as paixonites pelos peões da fazenda do ex-marido Tenório, papel de Murilo Benício, e a descoberta de que ele tinha outra família na cidade grande, criaram o contexto perfeito para Isabel experimentar o humor e o drama em proporções equilibradas durante a exibição da trama. Por conta desse movimento, a atriz acredita que a personagem pode inspirar outras mulheres a saírem de suas prisões particulares. “São sequências que fazem as pessoas visitarem suas dúvidas e falhas de percurso. Acho Bruaca muito corajosa, uma mulher que busca outros caminhos, enfrenta as próprias sombras e não tem receio de cair e levantar”, valoriza.

Filha do cantor e compositor Renato Teixeira, Isabel nasceu em São Paulo e cresceu muito próxima ao mundo das artes. O teatro foi naturalmente ganhando espaço em sua vida a ponto de não sobrar muito tempo para outros veículos. Formada pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo, ela também atua como dramaturga e diretora, habilidades que a fizeram viajar o mundo com espetáculos como “Gaivota, Tema Para Um Conto Curto” e “H.Tel&Soul”. Em 2019, fez sua primeira personagem de maior destaque na tevê em “Amor de Mãe”, onde deu vida à médica Jane. “Foi quando realmente tive uma vivência de televisão e adorei. Quando a Jane começaria a revelar os podres da vilã, ela é assassinada. Fiquei com vontade de fazer uma novela inteira. Agora aconteceu e eu sou só felicidade”, entrega.

“Pantanal” – Globo – de segunda a sábado, às 21h.

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